Os jovens e a política

 Os jovens e a política

Raphael Dutra é advogado, empresário e ex-vereador de Barretos.

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Nota-se que o envolvimento dos jovens na política tem aumentado constantemente nos últimos anos, porém, a participação dessa fatia da população ainda está muito abaixo da respectiva proporção na sociedade.

Segundo dados da Câmara dos Deputados Federais, foram eleitos 25 deputados federais entre 21 e 30 anos, isto é apenas 4,87% de toda a composição formada por 513 deputados, enquanto que no Brasil, conforme dados do IBGE, pessoas nesta mesma faixa etária correspondem em torno de 10,9% da população brasileira.

A participação política é fundamental para o funcionamento de uma democracia. Além da importância óbvia que os jovens sejam ouvidos e representados no governo, também é necessário que eles desempenhem um papel crucial no processo de tomada de decisão, ou seja, fazendo parte diretamente de um dos poderes.

“A juventude é o tempo da vida em que se deve estar preparado para a política.”
– George Washington, 1796

Não raro, os jovens podem ser, de certa forma, esquecidos ou marginalizados na política devido à sua aparente falta de experiência ou credibilidade. Isso é especialmente verdadeiro em países excessivamente conservadores, onde muitos políticos e elites políticas não estão dispostos a incluir os jovens na discussão. No entanto, essa percepção é equivocada – os jovens trazem perspectivas e talentos valiosos para a mesa e têm o potencial de mudar o futuro da nação se suas demandas forem atendidas.

Um dos principais benefícios de os jovens se engajarem na política é que isso pode equipá-los com as habilidades e conhecimentos para se tornarem cidadãos engajados e responsáveis. A participação na política ensina os jovens sobre democracia, direitos civis, política econômica e justiça social, munindo-os com as informações de que precisam para assumir cargos de liderança e tomar decisões informadas.

Além disso, os jovens podem desempenhar um papel vital na condução da mudança social. Os jovens geralmente são os mais afetados pelas políticas governamentais e têm mais a ganhar (ou perder) com isso. Eles podem fornecer insights únicos sobre as necessidades de sua geração – insights que muitas vezes são negligenciados quando os tomadores de decisão são mais velhos. Os jovens podem contribuir para o diálogo nacional defendendo reformas necessárias, destacando suas próprias escolhas e perspectivas sobre as questões importantes para todos.

Em suma, os jovens têm o direito e o dever de contribuir para as discussões políticas nacionais, regionais e locais, para o seu próprio bem e para o bem das gerações futuras. Os governos devem tomar medidas para remover quaisquer barreiras à sua participação e reconhecer o valor de sua contribuição que, em última análise, significa a defesa da democracia.

Os governos podem introduzir medidas como a redução da idade para votar e o incentivo à educação política desde a escola, com o objetivo de aumentar o engajamento dos jovens. Também deveria haver um maior reconhecimento público para aqueles jovens que se envolvem no processo político e nos debates que moldam nosso mundo.

Raphael Dutra
Advogado, empresário e ex-vereador de Barretos (SP) (2017/2020).
Cursando Mestrado Profissional de Gestão e Políticas Públicas pela FGV
Cursando MBA de Gestão de Cidades pela USP

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Redação

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