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Operações Duas Caras e Descalabro miram hospital de Catanduva e apuram desvio bilionário na saúde

PF fez busca e apreensão em Catanduva e Bebedouro. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)

O Ministério Público e a Polícia Federal deflagraram, nesta quinta-feira (7), duas operações simultâneas — batizadas de Duas Caras e Descalabro — que investigam esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude na terceirização de serviços de saúde envolvendo a diretoria do Hospital Psiquiátrico Mahatma Gandhi, de Catanduva (SP). Segundo as apurações, o grupo teria movimentado cerca de R$ 1,6 bilhão desde 2021.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São José do Rio Preto, nove pessoas foram presas na Operação Duas Caras, todas ligadas à direção do hospital. As investigações apontam que os dirigentes criaram uma organização social para disputar licitações e administrar serviços de saúde em diversos estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Após vencer os certames, a entidade contratava empresas de fachada controladas pelo próprio grupo, emitindo notas fiscais superfaturadas.
Já a Operação Descalabro, conduzida pela Polícia Federal de Ribeirão Preto, foca na gestão de unidades de saúde em Bebedouro (SP). A suspeita é de que parte dos recursos destinados ao setor tenha sido desviada por meio de contratos fraudulentos, beneficiando empresas ligadas aos dirigentes do hospital. Entre os investigados está o ex-prefeito de Bebedouro, Fernando Galvão (União). Um dos contratos sob análise chega a R$ 13,2 milhões.
Foram cumpridos mais de 100 mandados, incluindo 12 de prisão temporária, afastamento de funções, bloqueio de bens e busca e apreensão em municípios de SP, RJ, ES e SC. Durante as ações, a polícia apreendeu cinco armas — algumas com numeração raspada —, joias e relógios de alto valor. Em alguns casos, foi necessário arrombar imóveis para garantir o cumprimento das ordens judiciais.
A Justiça determinou a intervenção temporária na organização social para assegurar a continuidade dos serviços e evitar impactos no atendimento à população, especialmente no fornecimento de mão de obra médica e insumos hospitalares.
