O futuro passa pela educação e o desenvolvimento pelo agro

 O futuro passa pela educação e o desenvolvimento pelo agro

Vinicius Marchese é candidato a presidente do Confea.

Se o futuro do Brasil passa pela educação, o agronegócio também precisa ser tema em sala de aula. Afinal, estamos falando do setor que gera 27% dos empregos no país, com superavit de emprego e renda para 28 milhões de brasileiros, apenas no 1º trimestre deste ano, segundo dados do Cepea/CNA. Mas de qual forma estamos discutindo o campo que movimentou R$2,63 trilhões em 2023, cerca de 24,4% do Produto Interno Bruto (PIB)?

No último domingo, quase 7 milhões de estudantes participaram do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Se de um lado, o tema da redação trouxe destaque para um assunto importante e atual, sobre a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil. De outro, três questões do primeiro dia de prova chamaram a atenção de nós, profissionais da engenharia e agronomia. 

A “superexploração dos trabalhadores”, “chuvas de veneno”, fazendo referência ao uso de agrotóxicos, ligação do avanço da cultura da soja com o desmatamento na Amazônia e a nova corrida espacial financiada por bilionários são alguns dos elementos controversos que formularam as questões da prova.

Se toda e qualquer tipo de discussão é importante para valorizarmos a democracia e até mesmo estimularmos o senso crítico, desde a juventude, dos nossos futuros profissionais, a isenção de ideologia é essencial para que todos os pontos sejam avaliados e debatidos de forma técnica e embasada em dados, referências e, principalmente, projetos. A produção sustentável é o que vai garantir ao Brasil a liderança global no setor e é claro que os caminhos para que isso aconteça são essenciais. 

Trabalhar o crescimento tendo a preservação como aliada é o caminho que nós, como técnicos, acreditamos. Mas, como engenheiro e principalmente entusiasta da tecnologia, posso afirmar que, mais do que nunca, o agronegócio e a pecuária do Brasil são os setores que mais caminham em conjunto com os avanços tecnológicos. E quando isso acontece, a gente trabalha com a redução de impactos ambientais. 

Se cada vez mais somos referência na discussão de temas como transição energética, descarbonização, bioeconomia, nossos estudantes precisam usar do estudo e da ciência para pensar em investimentos que incentivem as práticas sustentáveis, que projetem os papéis do produtor, da indústria e até mesmo do governo.

O caminho é sempre de diálogo e debate, mas ele precisa ser feito com transparência para que o foco do futuro seja a criação de projetos que beneficiem toda uma sociedade e estimulem um setor que, SIM, é fundamental para nós. Afinal, se o nosso futuro passa pela educação, o nosso desenvolvimento passa pelo agronegócio. 

Redação

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