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Muito além do presente: Papai Noel vira abraço, escuta e esperança no Natal de Barretos

 Muito além do presente: Papai Noel vira abraço, escuta e esperança no Natal de Barretos

Para muitas pessoas, felicidade pode ser algo difícil de definir — “um brinquedo que não tem”, como sugere a música. No cotidiano do Natal barretense, porém, a figura do Papai Noel ajuda a dar forma a desejos que vão além dos presentes. Instalado no North Shopping Barretos durante o período natalino, o bom velhinho recebe diariamente crianças, famílias e adultos em busca de um momento de conversa, afeto e, muitas vezes, desabafo.

Em entrevista ao O Sertanejo, o Papai Noel do shopping, interpretado por Divonsir de Oliveira, contou que o contato direto com o público transforma sua vivência natalina. Segundo ele, o carinho recebido é constante e se reflete em um compromisso diário de retribuir atenção e cuidado. “Tudo o que eu fizer hoje tem retorno amanhã”, afirmou, ao falar sobre a troca estabelecida com quem passa pelo trono.

Solidariedade que se expressa no sorriso

Barretos mantém uma relação histórica com ações solidárias, especialmente no período de fim de ano. Para Divonsir, esse espírito aparece no comportamento das famílias que o procuram. Ele observa que, mesmo diante de dificuldades pessoais — incluindo problemas de saúde —, muitas pessoas escolhem transmitir alegria. “Elas não trazem a tristeza para a gente. Trazem alegria, e eu procuro devolver isso”, relatou.

Essa atmosfera se reflete também na diversidade de pedidos. Entre as crianças, aparecem desejos ligados a brinquedos e tecnologia, como bonecas do tipo “bebê reborn” e tablets. Entre adultos, segundo os próprios trabalhadores do Natal, não é raro ouvir pedidos por amor e companhia, o que rende uma brincadeira recorrente: São Nicolau também atuaria como “casamenteiro”.

Um Natal que chega ao hospital

Entre as experiências mais marcantes relatadas por Divonsir está a visita ao Hospital de Amor. Ele conta que já esteve no local em outras oportunidades, inclusive acompanhado da esposa — também paciente oncológica à época —, em uma ação que marcou crianças, adolescentes e a própria família. Neste ano, a chegada de helicóptero acrescentou um simbolismo especial ao momento.

O trajeto aéreo permitiu uma visão diferente da cidade, enquanto a recepção no hospital reuniu crianças, profissionais e voluntários. Segundo Divonsir, o foco não foi ouvir pedidos, mas oferecer presença e carinho. “Lá foi simplicidade. As crianças recebiam o presente e tiravam a foto. O que a gente levou foi o afeto”, explicou.

Espaço sem julgamentos

No trono montado no shopping, o Papai Noel descreve o ambiente como um local de acolhimento, comparável a uma conversa terapêutica. Crianças testam a barba para confirmar se ele é “de verdade”. Adultos se aproximam para abraços e palavras de afeto. Para Divonsir, a presença em si já cumpre um papel simbólico: “É esperança. As pessoas se emocionam, e isso toca a gente”.

Ao encerrar a entrevista, ele deixou uma mensagem direcionada à cidade. Falou em bênçãos, paz e responsabilidade coletiva diante dos desafios atuais. “O mundo está virando uma bola de neve. Cada um precisa fazer a sua parte”, disse.

No cotidiano do Natal em Barretos, a figura do Papai Noel permanece como um ponto de encontro entre histórias, emoções e desejos — materiais ou não — que encontram, ao menos por alguns minutos, um espaço para serem ouvidos.

ASSISTA A ENTREVISTA COMPLETA EM VÍDEO AQUI

Igor Sorente

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