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Ex-prefeitos de Barretos defendem imprensa, mas conexões políticas entre autores da lei e antigos gestores geram questionamentos
Um novo capítulo da polêmica sobre a restrição dos gastos com publicidade oficial em Barretos ganhou destaque nesta terça-feira (17), com a publicação de uma reportagem de O Diário reunindo declarações de quatro ex-prefeitos da cidade em defesa da liberdade de imprensa e da importância das campanhas de interesse público.
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As manifestações, que vieram de Uebe Rezeck, Emanoel Mariano Carvalho, Guilherme de Ávila e Paula Lemos, reforçam o coro das últimas semanas contra a nova lei municipal que limita os investimentos da Prefeitura em publicidade, propaganda e marketing institucional. A legislação, sancionada pela Câmara Municipal através do presidente Luís Paulo Vieira, o “Lupa” (REP) após veto do prefeito Odair Silva (REP), vem sendo criticada por veículos de comunicação locais, que alegam risco à transparência e à divulgação de informações de utilidade pública.
Ex-prefeitos falam em democracia, transparência e serviço à população
Uebe Rezeck, que governou Barretos por três mandatos, foi direto: “A divulgação dos atos do governo através da imprensa é uma prestação de serviço e como tal não pode nem deve ser impedida por qualquer ato do Legislativo”, afirmou. Para ele, a população tem o direito de ser informada.
Emanoel Mariano Carvalho, que administrou o município por dois mandatos, reforçou a ideia de que o acesso à informação é “vital para a democracia”, defendendo a busca de uma solução para o impasse.
Guilherme de Ávila destacou a importância das campanhas de saúde e utilidade pública, como vacinação e prevenção de doenças, e classificou ataques à liberdade de expressão como um “retrocesso”.
Já Paula Lemos, prefeita entre 2021 e 2024, citou os princípios constitucionais da administração pública, destacando que a publicidade é um dos pilares para uma gestão eficiente e transparente.
Conexões políticas levantam dúvidas sobre os bastidores da lei
O que chama a atenção, no entanto, é que muitos dos atuais autores e apoiadores da lei que restringe a publicidade oficial possuem laços políticos e até familiares com os próprios ex-prefeitos que agora criticam a medida.
Um exemplo é o vereador Jonathas Lazzarotto (PSD), um dos autores do projeto de lei. Ele foi eleito com apoio direto de Paula Lemos, de quem é aliado de partido e que até recentemente integrava sua base política.
Outro caso curioso envolve o vereador Ricardo Batista da Rocha, o “Bodinho” (PP), também autor da proposta, que é sobrinho de Emanoel Mariano Carvalho. Além disso, o vereador Rodrigo Malaman (PP), que teve papel central na elaboração e defesa da lei, foi Procurador Geral do Município na gestão de Guilherme de Ávila e ainda presidiu a comissão de transição de governo.
Até mesmo o vereador Itamar Alves (PSD), que votou a favor da nova lei, foi secretário de Comunicação e chefe de gabinete durante a gestão de Paula Lemos.
Coincidência ou mudança de postura?
As relações políticas entre autores da lei e ex-prefeitos que hoje a criticam levantam dúvidas entre os observadores da cena política local: houve uma mudança real de postura entre os grupos políticos? Ou o contexto atual, com novas composições de poder e interesses, é que explica as posições divergentes?
Enquanto isso, a imprensa de Barretos segue unida na defesa da publicidade institucional como ferramenta de interesse público, e a população aguarda os próximos capítulos desse embate político que já começa a influenciar o debate pré-eleitoral na cidade.