Professores de Barretos anunciam greve por reajuste salarial
Professores de Barretos anunciam greve por reajuste salarial
A partir desta quarta-feira (5), os professores da rede pública municipal de Barretos entrarão em greve, após fracassarem as tentativas de negociação com a prefeitura. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais informou que, apesar de sucessivas reuniões com o Executivo, não houve acordo para a reposição salarial de 15,48%, percentual retirado dos contracheques da categoria em 2024 na gestão da prefeita Paula Lemos (PSD).
O presidente do sindicato, Jailton Rodrigues dos Santos, destacou que a decisão pela greve foi tomada com pesar, mas tornou-se necessária diante da falta de uma proposta razoável por parte da administração municipal. “Buscamos até o último instante um acordo amigável para evitar a paralisação, pois sabemos dos prejuízos para os alunos, para os pais e até para os próprios professores, que podem ter descontos salariais devido à greve. No entanto, essa luta se faz essencial para garantir a valorização da categoria”, afirmou Rodrigues.
A luta pela valorização
Os professores de Barretos vêm sendo reconhecidos por sua excelência no ensino, conquistando prêmios e elevando os indicadores educacionais do município. No entanto, segundo o sindicato, essa qualidade não tem sido acompanhada por uma política de valorização profissional. “No ano passado, a prefeitura implementou uma lei irregular que resultou na retirada de parte dos nossos salários. O próprio prefeito reconhece que temos direito à recomposição e propôs pagar em 18 parcelas, algo que consideramos inaceitável”, argumentou Rodrigues.
O sindicato propôs alternativas para viabilizar o reajuste, inclusive sugerindo um parcelamento em 10 vezes. No entanto, a gestão municipal alegou falta de recursos e rejeitou a proposta. A categoria, por sua vez, destaca que os recursos do FUNDEB destinados ao município poderiam ser utilizados para viabilizar os pagamentos sem comprometer o orçamento.
A Prefeitura se manifesta
Em nota oficial, a Prefeitura de Barretos afirmou que a retirada do percentual reivindicado decorreu de decisão judicial e ocorreu antes da atual gestão, que assumiu há pouco mais de 30 dias. A administração municipal ressaltou que está buscando soluções para a recomposição salarial dentro dos limites legais e orçamentários, mas destacou que a despesa com a folha de pagamento dos profissionais da educação já ultrapassa os recursos recebidos do FUNDEB.
Além disso, a prefeitura argumentou que os elevados custos com pessoal comprometem investimentos em infraestrutura das escolas, que enfrentam problemas como infiltrações e falta de manutenção. A gestão reforçou que permanece aberta ao diálogo, mas alertou que, caso a greve se concretize, as negociações serão suspensas e os dias não trabalhados serão descontados dos salários dos docentes.
Mobilização e apoio da comunidade
Diante do impasse, o sindicato pede apoio da sociedade e dos pais dos mais de 13 mil alunos da rede municipal. “Sabemos que a greve traz transtornos, mas pedimos compreensão. Estamos lutando por uma educação de qualidade e por condições dignas para os professores. Pedimos que os pais não levem seus filhos para as escolas e que a comunidade se solidarize com nossa causa”, apelou Rodrigues.
Nos próximos dias, a expectativa é de que novas reuniões sejam marcadas, na esperança de que a administração municipal chefiada por Odair Silva (REP) apresente uma proposta que atenda às reivindicações dos docentes e evite uma paralisação prolongada. O apoio da sociedade e a pressão dos vereadores podem ser decisivos para um desfecho favorável aos professores de Barretos.