Releitura: “As injustiças no esporte me fez ingressar na política.” – diz Carlão do Basquete

 Releitura: “As injustiças no esporte me fez ingressar na política.” – diz Carlão do Basquete
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Na época que o basquete brasileiro vivia seus tempos de glória no país, a equipe de Barretos era vice-campeã dos jogos regionais. Neste período, Carlos Henrique dos Santos, conhecido como Carlão do Basquete, foi o atleta que mais participou de competições deste esporte em defesa da cidade. “A gente defendia a cidade por amor ao esporte, pois não ganhávamos nada em dinheiro.” A falta de incentivo ao esporte foi uma das injustiças que o fez ingressar na política partidária. 

Formado em Educação Física pela UNB (Universidade de Brasília), policial civil aposentado, ex-diretor de esportes da secretaria municipal, Carlos Henrique dos Santos (PROS), exerce o seu segundo mandato e acredita que “a população está cansada de ser iludida, mas precisa se integrar com a prefeitura e a câmara municipal.” Leia os principais trechos da entrevista concedida em julho de 2013.


Por que Barretos possui tão poucos atletas?

Carlão – As competições dos jogos populares se perderam com o tempo. Esses jogos eram bastante ativos nas escolas. No entanto, as escolas priorizam a recreação ou a divulgação da cultura daquela região. A formação da categoria de base é muito importante, e isso começa desde cedo. Quando fui diretor de esportes, trabalhamos com a formação de um time de basquete e conseguimos ser campeão dos Jogos Regionais. A nossa cidade possui material humano e pessoas com grande capacidade para se tornarem atletas campeões, mas a falta de vivência do esporte na infância faz com que não tenhamos atletas.


Isso pode ter sido a causa da extinção dos Jogos da Primavera?

Carlão – Sem dúvida, mas vou mais além. Os Jogos da Primavera envolve uma parceria entre o Estado e o município. Acontece que o aluno que estuda pela manhã, precisa treinar à tarde e o professor precisa se tornar voluntário, porque o Estado não paga por essa aula. Consequentemente, o professor também não quer ser voluntário.


A cidade conquistou um centro de excelência para o esporte, como foi o seu trabalho em busca deste projeto?

Carlão – Fui buscar o centro de formação de atletas para o basquete para a nossa região. O governador Geraldo Alckmin tinha um projeto que contemplava duas cidades, sendo São Paulo e outro na nossa região e lutei por Barretos. Neste centro vamos trabalhar com aperfeiçoamento e revelação de talentos da região. Outro projeto muito importante que conquistei, foi o centro de excelência em hipismo. Na época, o presidente da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) recebeu um incentivo do Ministério dos Esportes para a construção de uma sede de hipismo. Em uma mobilização conjunta minha, do médico Márcio Carvalho Jorge e dos atletas de Colina, mostramos ao presidente da CBH o Recinto Paulo de Lima Correa que ficou encantado com o lugar. Então fomos à Brasília com uma carta de intenções e o Ministro Aldo Rebelo aceitou nosso pedido.


Quando será inaugurado o centro de hipismo?

Carlão – O governo federal já liberou a verba de R$ 7 milhões e atualmente está em fase de licitação. Agora está nas mãos do Guilherme Ávila. A nossa cidade vai vivenciar competições internacionais de hipismo com este centro. Além disso, o local vai fazer a formação de atletas, e as pessoas mais humildes que não tem cavalo, também poderão aprender e competir. 


Como é a sua relação e a do seu partido com o prefeito Guilherme Ávila?

Carlão – Acredito que o partido termina no dia da eleição. O meu partido não é o mesmo do prefeito, mas nem por isso deixei de dar sustentabilidade, ideias e projetos para que ele pudesse colocar seu plano em prática. O Guilherme foi eleito por pessoas que acreditaram nele e por isso, não posso impedi-lo de trabalhar.


A passagem de ônibus foi o estopim para os manifestos em todo o país. Recentemente você pediu a revisão das passagens em Barretos. Elas são muito caras para o padrão da cidade?

Carlão – Acredito que sim, pois em Barretos paga-se R$ 2,50, enquanto em São José do Rio Preto no qual o ônibus percorre uma distância bem maior, paga-se R$ 2,00. No entanto, estou entrando com um projeto de lei para criação do Conselho Municipal de Transporte Urbano, aonde a população e funcionários da prefeitura vão opinar e discutir sobre os valores das passagens e das condições do transporte urbano e de universitários. A população tem cobrado muito os vereadores e o prefeito, mas esquecem de exercer seus direitos. A criação do conselho vai permitir a fiscalização e promover diretrizes para o transporte.

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Redação

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