Estou fora da vida pública” – afirma ex-prefeito Uebe Rezeck

 Estou fora da vida pública” – afirma ex-prefeito Uebe Rezeck
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O médico Uebe Rezeck iniciou na vida pública em 1969 e foi prefeito e deputado estadual três vezes. Nas duas últimas tentativas que concorreu a prefeito, foram baseadas no terrorismo, segundo ele. “Colocaram o bispo na televisão falando que eu era ficha suja. Foi uma campanha extremamente desonesta.” – afirmou. Rezeck disse que se aposentou da vida pública e se dedica exclusivamente ao hospital que deseja ampliar. Ele acredita que o homem público deve ajudar e criticar de forma construtiva para chamar a atenção e melhorar a cidade. “Quando vejo falar em melhorias na Faria Lima ou Assis Chateaubriand, se pegar os jornais de 10 anos atrás, vão ver que trouxemos o diretor do DER assumindo o compromisso. Estava no orçamento, mas está se desabrochando agora.” – disse Rezeck.


O Sertanejo – O senhor aponta nomes para deputados na nossa região?

Uebe – Não. Eu acho que não cabe. Se eu tivesse militando na vida pública, eu poderia trabalhar nomes, mas como deixei inclusive a presidência do PMDB, trabalho até muito tarde no hospital, não visito mais a região, então não tenho o direito de indicar nomes. 


O PMDB está dividido ou unificado?

Infelizmente o PMDB acabou formando alas e isso é uma das coisas que fez com que me afastasse da vida pública. Tem um ditado que diz que “casa dividida não prospera”. Houve realmente uma série de divisões e ninguém quis ceder. Acho que eu tinha uma missão na minha vida que é a medicina, que sempre gostei e com 52 anos de profissão, trabalho todos os dias até às 10 da noite.


Como o senhor analisa a saída da Graça Lemos do seu partido?

Na verdade ela saiu por conta destas divisões internas. Havia um grupo que não a aceitava em hipótese nenhuma e eu apoiei a saída dela. Se a Graça for candidata, o meu compromisso é com ela, porque foi a minha secretária da educação e da saúde, me acompanhou em todas as eleições e eu sou uma pessoa muito grata.


E a atuação do PMDB na atual administração municipal?

Contra a minha vontade. Esse moço [Guilherme Ávila] é filho da irmã da minha esposa e o ajudei a vida inteira. Quando ele foi eleito vereador, a tia dele pediu para os pacientes do hospital para votar nele e dois anos depois, quando fui candidato a deputado estadual, ele apoiou o Bruno Covas. Depois ele saiu do partido, que é um direito dele. O que não é certo é pegar um carro de som e dizer tudo aquilo que o Monteiro, o Sebastião Misiara e o César Gontijo puseram na boca dele. Se meu sobrinho [André Rezek] quis se aliar, é um direito dele. 


Esse é o motivo no qual o senhor faz críticas contumazes através de seus artigos no Jornal de Barretos?

Eu não faço críticas. Quando levanto alguns problemas, estou dizendo que vão pagar um preço muito caro. Há coisas muito absurdas como uma licitação de R$ 4 milhões para arquibancadas; licitação de R$ 54 milhões de mudas ornamentais, mesmo que seja registro de preços no qual vai comprando, aí passa um tempo, ninguém sabe como comprou, quantas mudas vieram, para onde foram. Isso vai dar crime! Quando estou fazendo alguma coisa, faço sem raiva nem ódio. Nem o Monteiro que passou a vida me xingando e fazendo terrorismo; eu converso e cumprimento. Tem só duas pessoas que não converso: o Sebastião Misiara, que foi um menino que conheci quando tinha 18 anos e queria ser vereador que apoiei e elegi, o fiz presidente da Câmara e na sucessão da presidência da Câmara ele lançou outro candidato contra o meu, dizendo que depois o Uebe perdoava. O Misiara se aproveitou de uma qualidade minha para se beneficiar. E o Guilherme [Ávila] é outro que não quero conversa. Em momento algum fiz críticas, apenas estou chamando a atenção de licitações totalmente erradas. 


Como o senhor analisa a administração do Guilherme Ávila?

Quando se monta um time de futebol, você pega a garotada e pelo menos três com a cabeça formada e com experiência para dar equilíbrio. E eu não vejo isso lá. Na administração tem muitos exploradores. Quem quer ser muito bonzinho e quer agradar todo mundo, arrebenta com a administração. O segredo do administrador é saber dizer ‘não’. Na administração é fundamental saber trabalhar com as críticas. Vi falar da reativação da usina de asfalto e é totalmente ultrapassada, pois há trinta anos não tinha asfalto na região e hoje temos uma usina na cidade e outra aqui perto, mas é preciso comprar com preço justo. Fico assustado com o número de loteamentos na cidade que são verdadeiras favelas, como aquele que estão fazendo perto do São Francisco que reduziram para seis metros de frente. Fico triste ao ver a cidade que melhorei e mudei o aspecto, caminhando para esta situação. Talvez esteja faltando aquele jogador mais experiente nesta administração. Tem dinheiro sobrando para isso [para a saúde e para a educação], mas não estão aplicando corretamente. Quando se faz uma licitação no qual um vigilante vai ganhar R$ 18 mil, alguém está ganhando dinheiro aí. Não estou dizendo quem é, estou falando que estão ganhando dinheiro. Por este motivo, alguém tinha que dizer alguma coisa. 

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Igor Sorente

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