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Tem algum zelo por aí?

 Tem algum zelo por aí?
  • Túlio Guitarrari é filósofo, técnico contábil, jornalista e pós-graduado em Ciência Política e Teologia.

Chuva caiu, mato subiu. Quando o mato cresce na cidade, o prefeito de Barretos sempre adota uma de duas atitudes: ou ignora as cobranças da população e não diz nada, ou culpa a chuva. Francamente, não sei qual delas é pior. Culpar a chuva é tratar a população como ingênua, porque se trata de um processo natural: quando chove, a tendência é que plantas, ervas daninhas e árvores floresçam — e, junto com elas, o mato. Portanto, quando a chuva chega, a primeira atitude de um gestor é deixar sua equipe de prontidão para cuidar da situação.

A outra opção, ignorar a população que legitimamente questiona, também é uma ofensa. Na campanha, não ficava apertando as mãos de todos? Não distribuía tapinhas nas costas? Agora, diante de um questionamento sólido, não dá satisfação? Aliás, desde o início desta gestão, quem costuma responder é o secretário, o vice-prefeito — que há tempos não se pronuncia — ou algum vereador. Não venham dizer que o Executivo não influencia o Legislativo, porque influencia, sim, ainda que sob o nome maquiado de “acordo político”.

Vi o vídeo de um cidadão contrariado, caminhando pelo cemitério municipal rumo ao túmulo do pai, mostrando tudo sujo e abandonado — um dia após o senhor prefeito divulgar um vídeo afirmando que “estava tudo limpo”. No próprio vídeo dele já havia contradições: ele dizia que estava tudo limpo, mas ao fundo apareciam grandes sacos pretos cheios. Ora, se estavam cheios, é porque colocaram sujeira dentro deles. Se colocaram sujeira — folhas, galhos etc. — é porque limparam. E, se limparam, é porque estava sujo.

Assim, quem garante que não limparam apenas o trajeto por onde o prefeito passaria para gravar o vídeo? Aparentemente, ele estava no corredor central, enquanto o vídeo do munícipe mostrava as laterais. Talvez o prefeito mande alguém justificar dizendo que a equipe responsável estava trabalhando e não concluiu o serviço. Nunca é culpa dele — sempre de outra pessoa. O que, convenhamos, não justifica o abandono do cemitério, problema que vem de longa data e não é exclusividade da atual gestão.

Fico me perguntando: não foi criada uma Secretaria de Zeladoria justamente para momentos como este? O prefeito, durante a campanha, não dizia que seria fundamental para manter a cidade limpa? E, após eleito, não batalhou para criar este cargo? A Praça Francisco Barreto estava, até dias atrás, com o mato alto. Se não me engano, fui à Santa Missa do meio-dia na Catedral na quarta-feira (19/11) e percebi apenas um pequeno início de organização.

O bairro City Barretos, mais uma vez, está com mato alto na Avenida das Nações, o que prejudica a visibilidade dos motoristas nas rotatórias e também nas ruas internas. Gente, se no City está assim, imagine nos demais bairros. Basta sair de casa e observar. Bairros fora da região central e das áreas de grande circulação de pedestres e veículos — onde muitos olhos veem — estão, no mínimo, malcuidados ou apenas maquiados. Sair do gabinete talvez ajude, não apenas para viagens, mas para cuidar de fato da cidade.

A Secretaria de Zeladoria está muito devagar, assim como outras secretarias. Mas, no caso da Zeladoria, o problema é visível. Não é a forma mais nobre de agir, mas, se continuar assim, vou pedir ao meu amigo vereador — que indicou o secretário — que converse com ele, para que ao menos tente mostrar serviço. É o que o prefeito deveria fazer, uma vez que, logo ao assumir o cargo, disse que cobraria trabalho dos secretários. Todo secretário, assim como prefeito e vice, está ali para servir à população, não para apenas ocupar a cadeira e esperar o pagamento.

Uma dica extra ao prefeito: um pouco mais de transparência no site da prefeitura faz bem. Não era o “governo da transparência”? Ao navegar, o cidadão não consegue ver sequer o currículo dos secretários — tampouco do prefeito e do vice. Pergunto-me: que transparência é essa, se não se pode conferir a capacitação das pessoas que ocupam cargos públicos? Não que eu duvide de ninguém; sei que há secretários altamente capacitados. Mas os que não conheço, gostaria de conhecer. Não pode?

Paz e Bem a todos.

Redação

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