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Quando o Estado chega primeiro, o Natal acontece

 Quando o Estado chega primeiro, o Natal acontece

Se eu tivesse que resumir tudo isso numa frase simples, daquelas que qualquer pessoa entende, eu diria o seguinte: fazia tempo que Barretos não via um Fundo Social de Solidariedade funcionar como política pública de verdade — com presença, método, emoção e resultado.

Não é pouca coisa.

Quando o Fundo Social de Solidariedade sai do papel e entra na vida real, a política deixa de ser discurso e vira gesto. E gesto concreto: cesta básica na mão, frango na geladeira, panetone na mesa, chocolate para as crianças e abraço apertado no meio disso tudo. Isso muda o Natal. E muda, principalmente, a relação das pessoas com o poder público.

Política social não é só orçamento. É timing. É sensibilidade. É entender que dezembro pesa mais no bolso de quem já vive no limite. E foi exatamente aí que o Fundo Social de Barretos acertou em cheio.

Em um único dia, mais de 500 famílias atendidas. Mais de duas mil pessoas alcançadas logo de início. Café da manhã, brinquedos, Papai Noel, alegria visível no rosto das crianças e alívio silencioso no olhar das mães. Isso não é detalhe. Isso é estratégia social bem feita — daquelas que não aparecem em planilha, mas aparecem na memória.

E aqui cabe um ponto importante: isso não acontece por inércia administrativa. A atuação da presidente do Fundo, Roselaine Silva, é claramente acima da média histórica. Não é figura decorativa. Não é cargo simbólico. É alguém que colocou o corpo na rua, organizou, arrecadou, mobilizou voluntários e fez o que política social exige: presença constante.

Há anos não se via um Fundo Social tão ativo, tão visível e, principalmente, tão integrado com a cidade. E isso precisa ser dito com todas as letras.

Outro aspecto que merece destaque é a capacidade de mobilização. Quando o Odair Silva agradece servidores, voluntários, forças de segurança e parceiros privados, ele toca num ponto central: política pública eficaz hoje depende de rede. E essa rede apareceu — da Polícia Militar à Ronda Municipal, das secretarias ao comércio, das igrejas ao estádio de futebol.

Sim, até o futebol entrou em campo. O Jogo das Estrelas foi mais do que entretenimento nostálgico. Foi ferramenta inteligente de arrecadação. Cobrou-se pouco, arrecadou-se muito, engajou-se gente de todo tipo. O placar? Irrelevante. A vitória foi social. Solidariedade 5 x 0 indiferença.

Quando uma cidade consegue fazer isso — juntar esporte, comércio, religião, poder público e sociedade civil — não é improviso. É coordenação política.

A parceria com o North Shopping Barretos reforça ainda mais essa leitura. Transformar consumo em doação, multiplicar cupons em solidariedade, fazer da campanha de Natal um canal real de apoio às famílias vulneráveis é o tipo de inteligência social que costuma faltar em muitas gestões. Aqui, sobrou.

E há algo ainda mais simbólico nisso tudo: não se falou apenas em caridade, mas em dignidade. Como bem lembrado nas falas durante as entregas, há famílias que trabalham, se esforçam, fazem tudo certo — e mesmo assim o dinheiro acaba antes do mês. O Fundo Social não resolve tudo, claro. Mas, nesse momento específico do ano, ele cumpre uma função essencial: impede que a mesa fique vazia.

Isso não é assistencialismo raso. Isso é proteção social em ação.

Em tempos de tanta descrença na política, ver o Estado chegar antes do problema — e não depois da tragédia — é quase revolucionário. E, por isso mesmo, precisa ser reconhecido.

Barretos viveu, neste Natal, algo que estava em falta há anos: uma política social visível, humanizada e eficiente. Que não pediu voto. Pediu empatia. Que não fez promessa. Fez entrega.
Se isso virar padrão — e não exceção —, a cidade sai ganhando muito mais do que um Natal mais bonito. Ganha um novo parâmetro de gestão pública.

E isso, convenhamos, ilumina mais do que qualquer pisca-pisca.

Redação

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