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Abastecimento de água em Barretos: obras e chuvas evitaram racionamento em 2025

 Abastecimento de água em Barretos: obras e chuvas evitaram racionamento em 2025

Pela primeira vez em uma década, Barretos não precisou decretar racionamento durante o período de estiagem. A constatação foi feita pelo engenheiro civil Luiz Roberto Balieiro, especialista em recursos hídricos, que destacou a necessidade de novos investimentos para garantir a segurança hídrica do município nos próximos anos.

Segundo o prefeito Odair Silva (REP), o fato de não haver falta d’água durante a Festa do Peão — evento que atraiu cerca de 990 mil turistas em agosto, de acordo com levantamento do Governo do Estado de São Paulo — foi um marco histórico. Entretanto, a pergunta que permanece é se o resultado se deveu às chuvas, às obras executadas ou a uma combinação dos dois fatores.

Chuvas acima da média e novas captações

Balieiro explicou que, em 2025, houve um aumento no volume de chuvas em comparação ao ano anterior. “Entre abril e julho, choveu 122 milímetros a mais na região, de acordo com registros da Estação Experimental de Bebedouro. Essa diferença já deu boa ajuda no abastecimento”, afirmou.

Além disso, ele destacou a conclusão da captação no Córrego Rio das Pedras, obra que reforçou o sistema. “Apesar de pequena para o padrão do município, essa estrutura foi essencial. Sozinha, ela tem capacidade de abastecer cerca de 28 a 30 mil pessoas, o que representa quase um quarto da população de Barretos”, explicou o engenheiro.

Redução de perdas e limpeza de represas

Outra medida apontada foi a substituição de tubulações antigas ao longo dos anos, responsáveis por grandes perdas de água. “Pode parecer pouco, mas o desperdício é enorme. Essa troca diminui consideravelmente as perdas na rede”, disse Balieiro.

Ele também mencionou o desassoreamento de córregos, como a do Pitangueiras, que aumentou a capacidade de armazenamento. “Cada material retirado representa mais espaço para a água. É um ganho direto no volume disponível para abastecimento”, completou.

Festa do Peão e a demanda extra

Com quase um milhão de visitantes durante dez dias de evento, a cidade precisou lidar com o aumento do consumo. O especialista explicou que a demanda foi diluída ao longo do período e que os padrões de consumo de turistas em hotéis são menores do que os de moradores fixos.

“Enquanto um residente consome de 200 a 250 litros por dia, um hóspede de hotel consome cerca de 45 a 70 litros. Isso fez com que o sistema conseguisse suportar a demanda sem colapso”, esclareceu.

Necessidade de novos investimentos

Apesar do cenário positivo em 2025, o engenheiro alertou que a cidade não pode se acomodar. Ele citou projetos que precisam avançar, como reservatórios fora do leito dos córregos para armazenamento da água da chuva, barramentos de córregos e até a possibilidade de buscar água em mananciais maiores, como o Rio Pardo.

“Temos muita água ao redor, mas captá-la exige grandes investimentos. A cidade precisa planejar e executar obras estruturais para garantir o futuro. Não se trata apenas de manutenção, mas de projetos de grande porte”, afirmou.

Aquífero Guarani e gestão sustentável

Sobre a utilização do Aquífero Guarani, Balieiro ressaltou que há grande potencial, mas que a exploração deve ser controlada. “Não é que vá faltar água, mas é preciso calcular e disciplinar melhor os poços para evitar rebaixamento do lençol freático. É um recurso valioso, que precisa ser usado com ciência e planejamento”, concluiu.

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Redação

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