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Sindicato dos delegados denuncia sucateamento da Polícia Civil de SP
O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) divulgou, nesta quarta-feira (4), dados de um relatório entregue ao governador paulista, João Doria (PSDB), com uma série de reivindicações trabalhistas e no qual denuncia o sucateamento da Polícia Civil. Cópias da pesquisa foram entregues aos chefes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Ouvidoria da Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Justiça.
De acordo com o documento, a instituição enfrenta um défici que chega a 33% do efetivo considerado suficiente para o cumprimento das tarefas. O Sindpesp também revelou que a categoria sofre com a sobrecarga de trabalho e o acúmulo de funções, além de receber um salário abaixo da média brasileira para a categoria.
Defasagem
Após analisar a situação de todos os setores da Polícia Civil no estado, a delegada Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindpesp, quantificou a defesagem do número de agentes nas dez unidades do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).
O levantamento, realizado entre os meses de maio e agosto deste ano, detalha o contingente de policiais em cada região do estado paulista e também revela as principais carências da Polícia Civil.
Dados fornecidos pela categoria mostram que o número de cargos na Polícia Civil está abaixo de 28 mil profissionais. Em julho de 2019, o efetivo era de 27.950 profissionais, quando a lei estabelece um quadro de 41.912 funcionários — a defasagem é de 14 mil policiais.
A pior situação, de acordo com o relatório do sindicato, foi verificado na região de Piracicaba (Deinter 9), que trabalharia com apenas 55% do pessoal necessário para realizar as atribuições do departamento.
“E o pior é que, não são criados novos cargos há mais de duas décadas. E ainda contamos com um déficit de 33% de policiais no Estaso de São Paulo. Não houve o acompanhamento do crescimento populacional. Existe um déficit absurdo.” – criticou a delegada.
Salários baixos
O Sindpesp afirma ainda que os baixos salários e a falta de atualização em relação à inflação estão minando o efetivo de delegados da instituição. Para o sindicato, os R$ 9.888,07 pagos inicialmente para a classe representam os piores vencimentos do país e estão muito abaixo dos R$ 24.451,11 recebidos pelos delegados de Mato Grosso do Sul, para citar um dos estados brasileiros.
“Esperamos que o governador aceite este relatório e implemente medidas para sanar esses problemas. A Polícia Civil precisa ter condições para desenvolver sua função constitucional com inteligência e a sociedade merece uma segurança pública de qualidade.” – finalizou a presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi Gallinati.
Resposta
Em nota a Secretaria da Segurança Pública estadual ressalto que o reforço no policiamento em todo o Estado é um dos compromissos da atual gestão, que investe na valorização e recomposição do efetivo.
De acordo com a pasta, estão em andamento concursos para a contratação de 2.750 policiais civis. No dia 24 de agosto, 1.100 aprovados foram convocados para a análise de documentos e realização de perícias de aptidão e mental.
A SSP-SP frisa que já foi autorizada a abertura de um novo certame para a contratação de mais 2.750 policiais civis, a partir do próximo ano.
Paralelamente aos concursos, o Governo do Estado investirá na aquisição de mais de oito mil coletes balísticos, 200 viaturas e equipamentos aplicados à inteligência policial. Além disso, 120 delegacias serão reformadas em parceria com a iniciativa privada.
Com informações do R7