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Kapetinha é autor de lei que autoriza exploração animal
O vereador Luiz Umberto de Campos Sarti “Kapetinha” (PTB) é autor de projeto de lei que permite as provas do laço de bezerro e vaquejada no município de Barretos. Segundo ele, “isso trará dinheiro à cidade por meio da movimentação nos hotéis e restaurantes, por exemplo.”
O pedido de revogação do Artigo 2º da Lei 4.446 de 29 de novembro de 2010 solicitado por Kapetinha foi votado na sessão ordinária de 9 de fevereiro de 2015. O artigo era muito claro: Fica expressamente vedada a realização de qualquer tipo de Prova de Laço e/ou Vaquejada.
Uma prova muito semelhante que ocorreu durante a Festa do Peão de Barretos 2011 culminou com a morte de um bezerro em frente a milhares de pessoas e de câmeras. Na prova, o peão Cesar Brosco tinha que derrubar o bezerro com as mãos (sem laço), jogá-lo no chão e imobilizá-lo. Brosco o fez com tanta violência que o bezerro teve o pescoço quebrado. A prova com laço é ainda mais rude com o animal. “Nessa prova, o peão se atira sobre o animal e torce o pescoço. Isso é crueldade.” – afirmou a representante do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Sônia Fonseca na época. Mais tarde, foi constatado que o bezerro havia sofrido uma lesão nas vértebras e, por isso, ficou tetraplégico. Diante da situação, o bezerro foi sacrificado.
A Câmara Municipal de Barretos aprovou por unanimidade a proposta de “Kapetinha” e, desde fevereiro de 2015, provas de Laço de Bezerro e de Vaquejadas são permitidas no município. O presidente da Associação Os Independentes, que organiza a Festa do Peão de Barretos naquele ano, Jerônimo Muzeti, esteve na Câmara acompanhando a aprovação de sua demanda.
Projeto de lei do vereador Kapetinha revogou Artigo 2º e permite exploração animal com provas do laço e vaquejada.
Prova do laço
Segundo Fábio Chaves, do Portal Vista-se, “é curioso, mas são os criadores de cavalos que promovem esse tipo de prova onde o filhote de vaca é apenas um meio para mostrar que os cavalos são fortes, velozes e obedientes. Tais características atraem os criadores de gado, que são o principal mercado dos criadores de cavalos. Nas fazendas, os equinos são usados pelos peões para manejar o gado.” – destaca.
Na prova de Laço de Bezerro o peão persegue um bezerro assustado que corre com toda força. Em questão de segundos, o peão laça o pescoço do bezerro e freia o cavalo. O filhote então recebe um grande tranco no pescoço. Em seguida, o peão desce do cavalo, joga o bezerro para cima até a altura de seu peito e depois o joga violentamente contra o chão. Por fim, amarra as quatro patas do animal e o deixa imóvel.
Para a Doutora Irvênia Prada, Professora Titular Emérita da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (Universidade de São Paulo), orientadora da pós-graduação em Anatomia dos Animais, por se tratar de uma competição, cujo tempo é fator primordial, tudo é feito de maneira rápida, grosseira e atabalhoada, aumentando a possibilidade de traumatismos que resultam em sequelas, tais como rompimento de órgãos internos, lesões nos membros , nas costelas e na coluna vertebral, além de deslocamento de vértebra e de disco intervertebral.
“O laçador desce do cavalo e, segurando o bezerro pelas patas, ou até mesmo pela prega cutânea, ergue-o do solo até a altura da cintura do laçador, para em seguida atirá-lo violentamente ao chão, sendo três de suas patas amarradas juntas. São utilizados bezerros de apenas quarenta dias de vida, já que o animal não pode ultrapassar 120 quilos.” – enfatiza a professora. Prada deixa claro que a prova do laço é cruel e explora a dor dos animais.