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Ozempic® e Mounjaro®: glaucoma e risco para o nervo óptico

 Ozempic® e Mounjaro®: glaucoma e risco para o nervo óptico

Segundo os oftalmologistas Dr. Fernando Heimbeck e Dra. Daniela Monteiro de Barros, os agonistas do receptor GLP-1 — como Ozempic® (semaglutida) — são usados no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade. Já o Mounjaro® (tirzepatida) tem ação dupla, atuando nos receptores GLP-1 e GIP, o que intensifica o efeito metabólico e a perda de peso.

Em fevereiro de 2025, um estudo da revista Ophthalmology mostrou que pacientes sem diabetes que usavam agonistas GLP-1 apresentaram redução no risco de glaucoma de ângulo aberto e de hipertensão ocular, sugerindo possível efeito protetor sobre a pressão intraocular.

Por outro lado, surgiram alertas sobre o nervo óptico. Estudos observacionais recentes identificaram aumento do risco relativo de NOIA-NA (neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica) em usuários de semaglutida e tirzepatida. Um trabalho do JAMA Ophthalmology apontou maior incidência de NOIA-NA entre usuários de Ozempic®, embora o risco absoluto permaneça baixo.

A NOIA-NA não é o mesmo que neurite óptica. A neurite é inflamatória; a NOIA-NA é isquêmica. Os estudos envolvendo agonistas de GLP-1 descrevem principalmente eventos isquêmicos. Pesquisas do Massachusetts Eye and Ear reforçam essa associação, mas destacam que os casos continuam raros. A Agência Europeia de Medicamentos passou a reconhecer a NOIA-NA como evento muito raro relacionado à semaglutida.

Pacientes com apneia do sono, hipertensão, diabetes descompensado, histórico prévio de NOIA-NA ou disco óptico “em risco” devem ter atenção especial. Qualquer perda visual súbita requer avaliação imediata.

Para os especialistas, os benefícios metabólicos e cardiovasculares de Ozempic® e Mounjaro® seguem superando os riscos oculares, desde que o paciente tenha acompanhamento oftalmológico regular.

Redação

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