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Sarampo volta a preocupar: aumento de casos nas Américas coloca Brasil em alerta


O avanço do sarampo em diversos países das Américas em 2025 reacendeu a preocupação das autoridades brasileiras. Embora o Brasil tenha sido recertificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como livre da circulação endêmica do vírus em 2024, especialistas alertam para o risco iminente de reintrodução.
Segundo a infectologista Dra. Michelle Zicker, do São Cristóvão Saúde, a alta transmissibilidade do vírus e a circulação intensa de pessoas favorecem a propagação. “O sarampo é uma das doenças mais contagiosas. Uma única pessoa infectada pode transmitir para mais de 90% das pessoas suscetíveis próximas”, destacou.
Cenário internacional
Dados da OMS e da OPAS revelam aumento global de casos desde 2024. Nas Américas, já foram confirmados 8.839 casos em 2025:
- Canadá: 3.969 casos e 1 morte
- México: 3.361 casos e 3 mortes
- EUA: 1.308 casos e 3 mortes
- Bolívia: 122 casos (estado de emergência)
- Argentina: 34 casos
Situação no Brasil
Até agora, o país registrou 20 casos confirmados, sendo 15 no Tocantins, parte deles associados a viagens para a Bolívia. Em São Paulo, houve registro de caso com fonte desconhecida, o que preocupa pelo intenso fluxo de pessoas no estado.
Sintomas e complicações
A doença, causada pelo Morbillivírus, é transmitida por secreções respiratórias e pode permanecer no ar por horas em ambientes fechados. Os sintomas incluem febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas que se espalham pelo corpo.
Entre as complicações mais graves estão pneumonia, diarreia, otite, encefalite e até óbito. Em casos raros, pode ocorrer a Panencefalite Esclerosante Subaguda (PEES), doença neurológica fatal que surge anos após a infecção inicial.
Vacinação é essencial
Não existe tratamento específico contra o sarampo — os cuidados são de suporte, como hidratação e controle da febre. A vacina continua sendo a principal forma de prevenção. No Brasil, estão disponíveis as versões dupla, tríplice e tetraviral.
- Pessoas de 7 a 29 anos: duas doses.
- Adultos de 30 a 59 anos: pelo menos uma dose.
- Profissionais de saúde: duas doses.
- Crianças menores de 6 meses e gestantes não devem ser vacinadas.
“O sarampo não pode ser visto como doença do passado. A vacina é gratuita, segura e eficaz. Manter a imunização em dia é fundamental para evitar a volta da circulação sustentada no Brasil”, reforça a Dra. Michelle.
