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Ministério da Saúde alerta para risco de intoxicação por metanol e reforça notificação imediata

 Ministério da Saúde alerta para risco de intoxicação por metanol e reforça notificação imediata

Casos já ultrapassam a média anual no Brasil; em São Paulo, há 22 notificações, com um óbito confirmado e outros em análise. (Foto: João Valério/Governo do Estado de SP)

O Ministério da Saúde determinou que profissionais de saúde de todo o país notifiquem imediatamente quaisquer casos suspeitos de intoxicação por metanol ao Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). A substância, presente em bebidas alcoólicas adulteradas ou de origem clandestina, é altamente tóxica e pode causar cegueira permanente e até a morte.

Segundo dados oficiais, o Estado de São Paulo já registrou 22 ocorrências — 7 confirmadas, 15 em investigação e 4 descartadas. Um óbito foi confirmado e outros quatro estão sob análise. Esse número já ultrapassa a média anual de registros no Brasil, estimada em cerca de 20 casos.

Para diagnóstico e tratamento, o país conta com 32 Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox). O antídoto utilizado é o etanol farmacêutico, produzido em laboratórios ou farmácias de manipulação e administrado sob controle médico por via oral ou intravenosa. Em situações mais graves, a hemodiálise pode ser necessária.

Em coletiva, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância da notificação imediata, mesmo em casos apenas suspeitos. “A comunicação deve ser feita sem aguardar o fechamento do diagnóstico, especialmente quando houver relato de consumo de bebida de origem desconhecida ou sem lacre confiável”, afirmou.

O ministério também emitiu uma nota técnica com orientações sobre sintomas, manejo clínico e administração de antídotos. Entre os principais sinais de intoxicação por metanol, que podem surgir entre 12h e 24h após a ingestão, estão: dor abdominal, alteração visual, confusão mental, náuseas e até cegueira.

Hospitais reforçam protocolos

De acordo com a Folha de S. Paulo, o número de casos em investigação chegou a 43 em todo o país, com um óbito confirmado em São Paulo e outros sete em análise — cinco também em São Paulo e dois em Pernambuco.

Médicos e especialistas vêm reforçando a recomendação de evitar o consumo de bebidas alcoólicas neste momento. “A recomendação forte é: não consuma bebida alcoólica, principalmente os destilados. Nós não sabemos ainda qual é o caminho e o que foi adulterado”, alertou o médico Luiz Fernando Penna, do Hospital Sírio-Libanês.

Já a coordenadora de controle de doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Regiane de Paula, afirmou que o papel da saúde pública é alertar para o risco. “Nosso papel é informar a população que há um risco sanitário. A decisão final de consumir ou não é de cada indivíduo”, disse.

Segundo especialistas, o diagnóstico precoce depende tanto dos exames clínicos quanto da investigação da história do paciente, principalmente quando os sintomas não condizem com a quantidade de álcool consumida. O tratamento pode incluir hidratação, uso de etanol farmacêutico e, em casos graves, hemodiálise.

Investigações em andamento

A Polícia Federal foi acionada para identificar a origem das bebidas adulteradas e interditar estabelecimentos suspeitos. Enquanto isso, autoridades de saúde reforçam que qualquer suspeita deve ser comunicada imediatamente, para evitar novos casos fatais.

Redação

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