“Às margens do Ipiranga” reflete desigualdade histórica brasileira
A esperança em sobreviver numa sociedade desigual remonta, a partir de recursos literários, e baseado em fatos reais, os cenários políticos das últimas seis décadas que vão desde a posse de Getúlio Vargas, a chegada do regime militar, o impeachment de Collor, e a passagem de Luiz Inácio Lula da Silva pela presidência do país. Sempre com um viés crítico, escancara as mazelas vividas pela população e a ausência de condições mínimas para o desenvolvimento humano sob a atuação do Estado.
Como manter a esperança e perspectiva de oportunidades igualitárias, condições dignas de vida em um cenário tão caótico (seja do ponto de vista político, econômico ou social), e onde os 10% mais ricos sempre detiveram e continuam detendo mais de 50% da renda nacional?
O autor se debruça sobre esta realidade com notável dedicação e habilidade, aproximando o leitor das consequências (des)humanas de todo esse processo. Pobreza extrema, crescimento da violência, corrupção endêmica, preconceito e indiferença, por um lado, são alguns dos efeitos apresentados. De outro modo, e de maneira concomitante, a história é repleta de exemplos de bondade, solidariedade e esperança, avançando entre dois legados distintos para uma única realidade.