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Qualidade da água em Barretos: SAAE explica mudança na coloração e detalha medidas de monitoramento
A qualidade da água distribuída em Barretos tem sido motivo de queixas constantes dos moradores, que apontam mudanças na coloração e levantam dúvidas sobre a transparência no monitoramento. Em resposta aos questionamentos feitos por O Sertanejo, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Barretos buscou esclarecer as razões para os problemas reportados e detalhar suas práticas de controle e qualidade da água consumida na cidade.
Causas da mudança de coloração
O SAAE reconheceu que, em algumas situações, a água que chega às torneiras dos moradores pode apresentar coloração amarelada ou marrom, especialmente em áreas servidas por tubulações antigas de ferro. Segundo a autarquia, essa alteração pode ocorrer devido a rompimentos nas redes de distribuição subterrâneas, o que permite a entrada de pequenos sedimentos, e também devido ao aumento de ferro na água captada do Ribeirão Pitangueiras. Nos períodos chuvosos, o aumento de ferro na água bruta, aliado ao uso de hipoclorito de sódio na desinfecção, pode intensificar a coloração amarelada.
Para combater esses episódios, o SAAE informou que realiza descargas na rede, inclusive nos cavaletes de entrada das residências, para limpar as áreas afetadas e restabelecer a transparência da água.
Ponto de coleta e análise de qualidade
O Sertanejo questionou a escolha do SAAE de centralizar as coletas de amostras de água nas estações de captação e tratamento, ao invés de também realizar coletas regulares no final da rede de distribuição, onde a água passa mais tempo e tem maior chance de ser afetada por contaminantes externos. O SAAE explicou que seu controle de qualidade não se limita ao ponto de tratamento, pois realiza coletas diárias em locais estratégicos da rede, incluindo as extremidades, o que garante a análise de água em pontos mais distantes.
Além disso, a autarquia esclareceu que segue os critérios estipulados pela Portaria GM/MS nº 888/2021, que determina o monitoramento da qualidade da água para consumo humano em locais como hospitais, escolas e UBSs, assegurando que toda a rede de distribuição esteja dentro dos padrões de potabilidade.
Fiscalização e independência da Vigilância Sanitária
A questão sobre a imparcialidade da análise foi abordada em relação à Vigilância Sanitária municipal, que substituiu a estadual no monitoramento há mais de 20 anos. Para o SAAE, a presença da vigilância local, ainda que vinculada ao município, é adequada conforme a legislação federal, que atribui a responsabilidade da fiscalização ao poder municipal. O SAAE reafirma que a articulação entre seus servidores e os fiscais da vigilância é necessária para a efetiva análise da qualidade da água, sendo que não há ilegalidade em haver um representante do SAAE presente no momento das coletas.
Tratamento e descontaminação da agua do Córrego Pitangueiras
Outro ponto abordado por O Sertanejo foi a segurança da água captada do Córrego Pitangueiras, que atravessa áreas agrícolas onde são usados agrotóxicos. Em resposta, o SAAE destacou que utiliza processos de tratamento conforme a Resolução CONAMA nº 357 e a Portaria GM/MS nº 888, que estipulam padrões rigorosos para monitoramento de substâncias potencialmente contaminantes. A água captada é classificada como adequada para consumo humano após o tratamento, que inclui análises semestrais de agrotóxicos.
Laboratório independente
O Sertanejo também questionou a ausência de um laboratório independente para monitorar a água consumida. Em resposta, o SAAE informou que realiza testes de qualidade em seu próprio laboratório, com um número de análises que supera as exigências regulamentares. Além disso, mantém um contrato com um laboratório externo acreditado pelo INMETRO, que realiza coletas periódicas para garantir a transparência do controle.