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Advogado de Barretos é citado em investigação da maior operação contra fraudes no setor de combustíveis e usinas de açúcar

Operação Carbono Oculto, aponta para a sonegação de R$ 7,6 bilhões em tributos e a adulteração de combustíveis através da importação irregular de metanol. (Foto: MPSP)

Henrique Dalkirane Filho, advogado com escritório em Barretos e casado com a atual presidente do Rotary Club da cidade, aparece nos documentos oficiais da Operação Carbono Oculto como integrante do quadro societário de usinas ligadas ao empresário Mohamad Hussein Mourad, apontado por investigadores como ligado ao PCC.
O nome de Henrique Dalkirane Filho, advogado com atuação em Barretos, aparece nos documentos que embasam a Operação Carbono Oculto, considerada a maior já realizada no país contra crimes fiscais e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis e sucroalcooleiro. A investigação apura um esquema bilionário que teria envolvido usinas em dificuldades financeiras, fundos de investimento e distribuidoras de combustíveis.
De acordo com denúncia apresentada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Dalkirane figura como sócio em registros da Usina Rio Pardo e da Usina Itajobi, ambas ligadas ao empresário Mohamad Hussein Mourad, acusado de utilizar as unidades para estruturar fraudes fiscais e movimentações financeiras sem lastro.
Usinas como peça central do esquema
As investigações apontam que Mourad comprou usinas como Itajobi e Carolo através de fundos de investimento, utilizando estruturas financeiras para ocultar sua participação direta. Nessas operações, nomes como Henrique Dalkirane e Jomar Maurício Fornielis das Chagas aparecem formalmente como sócios.
A Receita Federal afirma que essas empresas praticavam sobrepreço na compra de cana-de-açúcar e movimentações atípicas, que podem indicar fraude fiscal. Além das usinas, Mourad teria interesse em unidades como Rio Pardo, Furlan e Comanche, todas envolvidas em investigações sobre lavagem de capitais.
Repercussão em Barretos
Dalkirane é figura conhecida na cidade, onde mantém escritório de advocacia. Sua esposa é a atual presidente do Rotary Club de Barretos, entidade de grande relevância no meio social e comunitário local. O envolvimento do advogado nos documentos oficiais da operação chamou atenção por ligar um nome barretense a um dos maiores escândalos de fraudes fiscais já apurados no Brasil.
Alcance da operação
A Operação Carbono Oculto mobilizou cerca de 1.400 agentes federais e estaduais, cumpriu 350 mandados de busca e apreensão em oito estados e já resultou no bloqueio judicial de mais de R$ 1 bilhão em bens. Segundo a Receita Federal, o grupo investigado teria movimentado R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024 por meio de fraudes fiscais, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro.
A investigação prossegue com a análise de documentos apreendidos em usinas, escritórios e distribuidoras. “Com a quantidade de provas coletadas, novas medidas devem ser tomadas em breve”, afirmou a superintendente da Receita, Márcia Meng.
