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Barretos discute reaproveitamento de lodo das estações de tratamento para uso agrícola

 Barretos discute reaproveitamento de lodo das estações de tratamento para uso agrícola

Na sessão ordinária desta segunda-feira (8), a Câmara Municipal de Barretos discutiu um requerimento que solicita informações à Prefeitura e ao SAAE sobre a possibilidade de implantar um projeto de reaproveitamento do lodo gerado nas Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE). A proposta busca esclarecer se o município possui estudos técnicos sobre o tema, por que ainda não houve implantação e quais seriam os prazos ou impedimentos para a adoção da iniciativa.

O vereador Sergio Tobace, o “Japonês” (PRD) argumenta que o reaproveitamento do lodo — após processos de secagem, higienização, estabilização e análises laboratoriais — pode transformá-lo em insumo agrícola, contribuindo para a correção do solo e o aumento da produtividade rural. A medida seria especialmente relevante em uma região com forte vocação agropecuária, como Barretos.

Atualmente, segundo a justificativa apresentada no plenário, o material é destinado a aterros sanitários, o que gera custos elevados de transporte e disposição, além de impactos ambientais. A adoção de um modelo sustentável poderia reduzir despesas operacionais do SAAE, diminuir o volume de resíduos enviados a aterros e incentivar inovação tecnológica no setor de saneamento.

O documento também destaca que a implantação desse tipo de projeto se alinha às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que prioriza reutilização e reciclagem. Além disso, lembra que o reaproveitamento do lodo é um dos critérios de avaliação do “Selo Azul” da CETESB, prêmio concedido a autarquias que se destacam pela gestão ambiental e pela eficiência no tratamento de água e esgoto. Municípios como Campinas, Jundiaí e Franca já adotam iniciativas semelhantes e ganharam reconhecimento pelo modelo.

Com o envio do requerimento, a Prefeitura e o SAAE deverão informar se existe projeto em andamento, por que não foi implantado até o momento, quais são os entraves técnicos ou legais e se há previsão para implementação. Após a resposta, o tema poderá voltar à pauta da Câmara para novos encaminhamentos.

A discussão mobiliza interesse público por tratar de sustentabilidade, gestão de resíduos e possíveis benefícios econômicos e ambientais para o município — temas que têm atraído a atenção de leitores e ampliado o debate sobre políticas ambientais locais.

Igor Sorente

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