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Greve dos professores de Barretos expôs primeira crise política do governo Odair Silva


A paralisação dos professores da rede municipal de Barretos, iniciada em fevereiro de 2025, revelou tensões entre o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e a nova administração do prefeito Odair Silva (REP). O movimento teve como principal reivindicação a recomposição salarial de 15,48%, retirada dos contracheques da categoria em 2024, e terminou após um acordo parcelado em 14 vezes.
A greve dos professores começou oficialmente no dia 5 de fevereiro, após o fracasso das negociações entre o sindicato e a prefeitura. A categoria exigia o pagamento integral da recomposição de 15,48%, correspondente à perda salarial provocada pela revogação de uma lei municipal durante a gestão anterior, de Paula Lemos (PSD). Segundo o presidente do sindicato, Jailton Rodrigues dos Santos, os professores chegaram a propor o parcelamento em dez vezes, mas o Executivo alegou falta de recursos.
Durante os dias de paralisação, o sindicato ganhou o apoio de vereadores e da comunidade escolar, que se mobilizaram em defesa da valorização dos docentes. A Prefeitura, em nota, alegou que a redução dos salários havia sido determinada por decisão judicial e reafirmou o compromisso de buscar soluções dentro dos limites legais e orçamentários. O governo também alertou que a folha de pagamento da educação já ultrapassava o teto dos repasses do Fundeb e que os custos com pessoal comprometiam os investimentos em infraestrutura escolar.
A greve chegou ao fim no dia 8 de fevereiro, após assembleia realizada no Teatro do Cine Barretos, que contou com mais de 200 professores. A proposta da prefeitura — recomposição de 15,48% parcelada em 14 vezes, além do reajuste de 6,27% determinado pelo Ministério da Educação — foi aprovada pela categoria. Com o acordo, as aulas foram retomadas sem desconto nos salários.
Jailton Rodrigues classificou o desfecho como um “mau acordo necessário”, destacando que o parcelamento evitou disputas judiciais prolongadas. “Tentamos até o último instante um acordo amigável. Foi a primeira crise da nova gestão, mas conseguimos garantir que nenhum professor saísse prejudicado”, afirmou.
A coordenadora da APEOESP, Ana Cláudia Santos, avaliou o resultado como um avanço. “A categoria merecia essa recomposição. A gestão anterior deixou um prejuízo, mas os professores mostraram força e conseguiram um acordo com o prefeito Odair Silva. Agora terão o direito reconhecido”, disse.
Primeira crise do novo governo
A paralisação marcou o primeiro grande teste político da gestão de Odair Silva, que havia assumido a prefeitura há pouco mais de um mês. Durante entrevista à Rádio Jornal, Jailton Rodrigues afirmou que a condução inicial do impasse foi influenciada por divergências políticas e por conselheiros do governo. “O prefeito viu no sindicato um inimigo, quando na verdade buscamos o diálogo. A Assembleia que decidiu pela greve foi soberana e representou a vontade dos professores”, afirmou.
Rodrigues também mencionou que o sindicato continuará acompanhando outras pautas que afetam os servidores municipais, como a análise de constitucionalidade da Lei Municipal nº 588/2023 — norma que, segundo ele, representou um dos maiores avanços de valorização do funcionalismo público nas últimas décadas. O sindicato pretende apresentar ao Ministério Público documentos que, de acordo com Rodrigues, comprovam que a lei é constitucional e deve ser mantida.
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