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‘Devo, não nego, pago quando puder’: Jailton expõe descaso da Prefeitura com servidores de Barretos

 ‘Devo, não nego, pago quando puder’: Jailton expõe descaso da Prefeitura com servidores de Barretos

Em entrevista contundente, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Barretos, acusou a Prefeitura de descaso, incoerência e insegurança jurídica no pagamento de promoções salariais a professores da rede municipal. Enquanto a Justiça ordena o pagamento, o prefeito Odair Silva recorre com novos argumentos e evita diálogo com a categoria.

A crise entre o funcionalismo municipal e a administração do prefeito Odair Silva (REP) ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (31), após entrevista ao vivo do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Barretos, Jailton Rodrigues dos Santos, ao jornalista Mazinho Dias, da Rádio Jornal. Em tom firme, Jailton detalhou o impasse envolvendo o pagamento das promoções salariais de professores da rede pública, pendentes desde o final de 2023.

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Segundo o sindicalista, o sindicato protocolou requerimento cobrando explicações da Prefeitura sobre os pagamentos, mas não obteve resposta. Já o requerimento semelhante feito pelo vereador Ricardo Batista da Rocha, o “Bodinho” (PP) foi respondido com a confirmação de que os valores eram devidos, porém sem previsão de pagamento por “falta de verba”. Com base nessa resposta oficial, o sindicato moveu ação judicial.

“O juiz foi claro: o pagamento é obrigatório. Se não há verba, que demita comissionados, corte gratificações ou, em último caso, exonere servidores efetivos — mas que a lei seja cumprida”, explicou Jailton. A sentença, que classifica a conduta da Prefeitura como inadmissível, não foi bem recebida pelo governo municipal, que recorreu ao Tribunal de Justiça com nova tese jurídica: a de que seria necessário um ato normativo específico do prefeito para autorizar os pagamentos.

“É um verdadeiro teatro jurídico. Primeiro dizem que devem, mas não têm verba. Depois mudam a história e dizem que não podem pagar sem decreto. Isso gera insegurança, frustra expectativas e desrespeita o servidor público”, criticou o presidente do sindicato.

Jailton ainda classificou como “aberração jurídica” a postura da Prefeitura, que, mesmo recorrendo para não pagar, anunciou em comunicado à imprensa que pretende iniciar os pagamentos em agosto, a partir da referência de julho — sem quitar os retroativos acumulados desde dezembro do ano passado. “Isso causa confusão. Diz que vai pagar, mas não diz como, nem quando. Os servidores não sabem mais o que esperar”, disparou.

O sindicalista ainda demonstrou frustração com a falta de diálogo. “Desde o início tentamos conversar. Buscamos o prefeito ainda na transição. De lá pra cá, [estamos] aguardando uma reunião para tratar desse tema. A resposta é sempre a mesma: ‘vamos agendar’”, relatou.

Apesar das críticas à gestão, Jailton fez questão de separar a figura do prefeito de seus assessores. “Não vejo maldade no Odair. Vejo uma gestão mal orientada. Há pessoas próximas que deveriam ajudar, mas só aumentam o problema.”

Ao longo da entrevista, o sindicalista destacou que o sindicato sempre esteve disposto a negociar, inclusive apresentando propostas de parcelamento para viabilizar os pagamentos sem comprometer o orçamento municipal. “Não somos intransigentes. Nosso papel é garantir direitos, mas também buscar soluções. Fizemos isso com os professores no início do ano. Poderíamos fazer novamente, se houvesse interesse da Prefeitura”, afirmou.

Outro ponto sensível, segundo Jailton, é a transparência. “O prefeito usa comunicado até para dizer que procurou a Coca-Cola para vir pra cidade. Por que não faz o mesmo com o funcionalismo, que sustenta a máquina pública?”, questionou.

Por fim, o presidente do sindicato reforçou que os servidores continuarão mobilizados e confiando na Justiça. “Estamos reunindo com uma comissão a cada 15 dias para formular um novo plano de carreira. Nosso compromisso é com o servidor, e seguiremos firmes. Mas é preciso que o prefeito entenda: não somos inimigos, somos representantes legítimos de uma categoria que exige respeito.”

A próxima reunião da comissão está marcada para o dia 8 de agosto. Até lá, a categoria aguarda uma posição definitiva do Tribunal de Justiça e, principalmente, uma atitude concreta da Prefeitura.

ASSISTA A ENTREVISTA COMPLETA AQUI:

Igor Sorente

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