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Para cientista político, brasileiros tem complexo de inferioridade
O preconceito difundido e absorvido pela classe média brasileira gera uma inferiorização da nação. “Tudo o que é de fora é melhor”, “aqui nada pode dar certo”, são alguns dos pensamentos do indivíduo do chamado Complexo de Vira-latas, termo definido pelo dramaturgo e jornalista Nélson Rodrigues ficou famoso em crônica publicada em 1958. Segundo o cientista político Alberto Carlos Almeida, que falou para grande plateia durante palestra no IFSP (Instituto Federal São Paulo) em Barretos no dia 10 de agosto, os brasileiros tem cultura de falar mal do próprio país.
Segundo Almeida, o país não é tão ruim como se diz, e por esta razão não podemos ter complexo de inferioridade apesar de ser um país subdesenvolvido. Nos últimos anos viemos evoluindo muito, assim como ultrapassamos a Grã-Bretanha em números de PIB bruto. “O problema mais grave do Brasil é o baixo investimento em educação. A Coréia do Sul investiu muitos recursos na educação a partir de 1950 e atualmente é um grande potência.” – destaca. Para ele, a herança escravista gerou um país desigual, e consequentemente “poucos estudaram e por isso ganham muito e a maioria que não estudou aceita qualquer salário.” – frisa o cientista político dizendo que a população tem que decidir por políticas que geram igualdade.
Por conta da Operação Lava jato, a população está vendo apenas o lado negativo da política e do sistema. Portanto, desde 1993 o país vive o consenso da inflação controlada. Disse Almeida que antes desta data vivíamos uma inflação crônica e permanente que desorganizava a vida da população e das empresas, abocanhando o poder de compra. Fernando Henrique Cardoso criou o Plano Real sustentando a inflação e conseguiu ganhar a eleição. “A partir daí se formou uma política com câmbio flutuante, geração de superávit primário, autonomia para o Banco Central. Luiz Inácio Lula da Silva não manteve, como aprofundou o consenso.” – lembra Almeida. Conta ainda que o sistema político segurou e manteve a inflação baixa. O descuido aconteceu no mandato de Dilma Rousseff.
Mostrando os consensos da política brasileira, o cientista político apontou as políticas sociais como “bolsa-escola” implantadas por FHC e continuadas e ampliadas por Lula. “Se você olhar a política social e de educação, temos vários consensos com base na saúde, que muitas prefeituras adotaram. Todos eles construídos dentro de nossos sistema político.” – ressalta Alberto Carlos Almeida.
Nos últimos 30 anos o Brasil viveu grandes avanços independente de quem ocupou a cadeira no Palácio do Planalto. E isso só foi possível porque a população permitiu que isso acontecesse, porém não vemos isso, apenas criticamos os políticos e o sistema.