Juliana Adão destaca compromisso com a promoção social e desenvolvimento humano de Barretos
A contradição da Prefeita Paula Oliveira Lemos: Um título turístico desacreditado
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A política, como expressão de compromisso público, exige coerência entre discurso e prática. No caso da atual prefeita de Barretos, Paula Oliveira Lemos, essa coerência parece ter se dissipado em meio às luzes (ou à falta delas) do período natalino. Apesar do alarde sobre o título de Estância Turística, concedido ao município, a ausência de uma decoração natalina em 2024 escancara uma contradição profunda entre o status enaltecido e a realidade vivida pelos barretenses.
Barretos, historicamente, celebrou o Natal como um momento de união, beleza e celebração comunitária. A tradição de decorar a Praça Francisco Barreto e o Calçadão trouxe alegria tanto aos moradores quanto aos visitantes, alavancando o comércio local e reforçando o espírito natalino. Entretanto, neste ano, o que se viu foi um centro da cidade mergulhado na escuridão e no descaso. O relato do empresário Carlos Miziara, em entrevista ao jornal O Diário, não poderia ser mais eloquente: em cinco décadas de atuação no comércio, ele nunca testemunhou tamanho abandono.
A situação é agravada pela disparidade entre o poder público e a iniciativa privada. Enquanto a prefeitura falha em cumprir seu papel, a Associação Os Independentes salva o Natal com recursos próprios, transformando o Parque do Peão em um espetáculo de luzes e decorações de alto nível. O contraste é gritante e reforça a sensação de incompetência administrativa. Como pode uma cidade que ostenta o título de Estância Turística depender exclusivamente de iniciativas privadas para brilhar em seu período mais simbólico?
Não se trata apenas de estética ou de embelezamento. A decoração natalina tem impacto direto na economia local, impulsionando o fluxo de consumidores e turistas. Quando ruas e praças são bem decoradas, o comércio floresce, criando empregos temporários e movimentando a economia. Ao negligenciar o Natal, a prefeitura também desampara os pequenos empreendedores que dependem desse período para aumentar suas receitas.
Ademais, a falha na entrega de um Natal digno de uma Estância Turística não é um fato isolado, mas sim parte de um padrão preocupante. A falta de transparência na gestão pública também se torna evidente com o requerimento apresentado pelo vereador Rodrigo Malaman, que busca respostas sobre os gastos e parcerias relacionadas ao evento natalino. As perguntas são pertinentes: quanto foi gasto? Houve licitação? Alguma parceria público-privada foi firmada? Essas são questões que merecem respostas claras, não apenas para fins de fiscalização, mas para resgatar a confiança da população na administração municipal.
O Natal é mais do que um período de festas; é um momento de renovação e esperança. Para uma cidade que se declara turística, não há desculpas para a ausência de um planejamento que valorize a comunidade e promova seu potencial econômico e cultural. A gestão de Paula Oliveira Lemos, ao ignorar essa responsabilidade, não apenas prejudica o presente, mas compromete o futuro de Barretos como destino turístico.
A prefeita precisa urgentemente rever suas prioridades. O título de Estância Turística não é um troféu para ser exibido, mas uma responsabilidade que demanda ações concretas e eficazes. A população barretense merece mais do que promessas vazias; merece uma liderança que compreenda a importância de cada detalhe na construção de uma cidade verdadeiramente turística e acolhedora. O Natal de 2024, infelizmente, foi uma oportunidade perdida, mas que sirva de lição para os próximos anos.