Meu joelho estala, devo me preocupar?
- Yuri de Santis é fisioterapeuta (CREFITO-3 240236-F)
Você agacha, sobe uma escada, muda de posição — e lá vem ele: crec, cloc, tac!. O joelho parece uma pipoca estourando. E então surge a dúvida: “isso é normal ou estou virando um robô enferrujado?”.
Calma. Antes de entrar em pânico e já marcar um ortopedista, fisioterapia, ressonância e promessa pra Santo Remédio, é preciso entender o que esse som realmente significa.
Na maioria das vezes, o estalo é inofensivo.
Sabe aquele barulhinho? Ele acontece quando pequenas bolhas de ar se formam e se rompem dentro do líquido sinovial — o fluido que lubrifica suas articulações. É o mesmo princípio do estalo que você ouve quando alonga os dedos. Isso é fisiologia pura, não tragédia.
Mas atenção: o que é normal não é sentir dor.
Se o barulho vem acompanhado de desconforto, inchaço, travamento, ou sensação de instabilidade, aí sim é hora de ligar o alerta. Seu corpo está tentando se comunicar, e ignorar é o mesmo que tapar o ouvido pro alarme de incêndio.
O problema não é o som, é o contexto.
O joelho é uma das articulações mais exigidas do corpo humano — ele carrega você o dia todo. E se está estralando com frequência, pode ser sinal de fraqueza muscular ou sobrecarga.
A solução? Movimento inteligente. Fortalecimento. Fisioterapia preventiva.
Nada de achar que o corpo é descartável. O joelho fala, e quem o escuta antes da dor evita cirurgia depois. O segredo está em manter a musculatura estabilizadora — quadríceps, glúteos e core — funcionando como um colete protetor. É isso que impede o impacto de virar algum ou qualquer processo inflamatório desta articulação.
Então, da próxima vez que ouvir aquele crec, não entre em pânico. Pare, perceba, fortaleça. O corpo é sábio — e a fisioterapia é o idioma que traduz esses sinais.
E lembre-se: o barulho que preocupa não é o do joelho… é o da sua consciência quando você ignora os sinais que o corpo dá todos os dias.

