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A democracia sob ataque: Reflexões sobre liberdade e poder

 A democracia sob ataque: Reflexões sobre liberdade e poder

Ronaldo Dutra é cientista político

Historicamente, a democracia surgiu como uma forma de garantir que a vontade coletiva prevaleça sobre interesses autoritários ou concentrados. No modelo democrático, a sociedade tem o direito e o dever de participar ativamente da vida pública, promovendo uma convivência baseada na justiça, na liberdade e na igualdade.

A democracia é um sistema de governo fundamentado na soberania popular. Em sua essência, significa que o poder político emana do povo, que o exerce direta ou indiretamente, por meio de representantes escolhidos em eleições livres, periódicas e transparentes. Seus princípios básicos incluem a liberdade, a igualdade de direitos, a participação popular, o respeito às leis e às instituições, além da alternância no poder.

Nos últimos anos, entretanto, temos observado que a democracia corre sérios riscos, com casos emblemáticos de candidatos a cargos eletivos sendo ameaçados ou assassinados.

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Atentados como os seguintes ilustram essa realidade: Abraham Lincoln, assassinado em 1865 por John Wilkes Booth, um ator conhecido e simpatizante confederado, enquanto assistia a uma peça no Ford’s Theatre, em Washington; John F. Kennedy, morto em 1963 durante uma carreata em Dallas, Texas, ao lado da esposa Jackie; o ex-presidente Jair Bolsonaro, que sofreu uma facada no abdômen em 2018 durante a campanha presidencial, quase perdendo a vida; o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alvejado com um tiro no pescoço em 2024; e, mais recentemente, o candidato colombiano Miguel Uribe, vítima de um ataque a tiros em 2025.

Infelizmente, esses e outros episódios recentes evidenciam agressões violentas não apenas contra a democracia, mas também contra a integridade física e a dignidade das pessoas envolvidas. Esses ataques ameaçam os próprios alicerces do processo democrático, que depende do respeito à liberdade de expressão, do direito de disputar eleições com segurança e da proteção dos direitos humanos.

Violência política não é “opinião”: é crime.

Proteger os candidatos, independentemente de suas ideologias, é proteger o próprio direito de escolha do povo. Uma democracia forte exige que todos possam disputar ideias com segurança, liberdade e respeito.

Ronaldo Dutra – Cientista Político

Ronaldo Dutra

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