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Santa Casa: desqualificação grave com 230 milhões recebidos só em 2024

 Santa Casa: desqualificação grave com 230 milhões recebidos só em 2024

Ao longo dos anos que antecederam estes últimos nove anos, o cidadão barretense serviu-se da Santa Casa desprovida de qualquer ajuda financeira pública, fosse federal, estadual ou municipal. Provedores de todo esse período, mortos ou vivos, conseguiram dar um padrão de atendimento digno de respeito e do direito de todo e qualquer cidadão.

Senhores Altair Pereira e Ibraim Martins, não mais entre nós, conseguiram dar um padrão de atendimento digno e qualificado, sempre lutando pela vinda de recursos que nunca vieram, a não ser o pagamento das reduzidas remunerações do SUS. Vivos, aí estão os Srs. Décio Maruco e Renato Peghin, que conseguiram manter um padrão digno, sempre pleiteando recursos que nunca vinham (e nem vieram).

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Por conta disso, este último entregou para o Poder Público (Prefeitura) exatamente por falta de um tostão sequer de apoio financeiro, seja federal, estadual ou da própria Prefeitura, o que ameaçava a queda da qualidade do atendimento.

Nessa altura, em 2013 (meados) até fins de 2015, o prefeito Guilherme de Ávila interveio e conseguiu manter a qualidade até a péssima ideia de ceder o uso do hospital para gestão da Fundação Pio XII. Estava aí a desesperada necessidade de se ter um hospital-escola para uma faculdade de medicina particular.

Daí em diante, dívidas que eram de 64 milhões, escrituradas para médicos e fornecedores, tiveram relatos mirabolantes de valores discursados e nunca demonstrados.
E o pior: a qualidade do atendimento decaiu de forma acachapante, com o paradoxo de ser usada (a Santa Casa) como hospital-escola.

Aí vem a parte crítica da história: em nove anos de gestão (2016 a 2025), o volume de milhões de reais vindos das áreas federal e estadual tornou-se astronômico ao se ter a notícia oficial (Tribunal de Contas do Estado) de que, somente em 2024, vieram mais de 230 milhões que passaram pela Santa Casa.
Fica-se a imaginar o montante de recursos que vieram em toda a gestão pela Fundação Pio XII e a grave degradação da qualidade do hospital, transformado em hospital de segunda linha, desqualificado, degradado e motivo de repulsa pelos pacientes ali atendidos.

A pergunta que não quer calar: se credores não receberam (e não recebem), nem com sentença judicial definitiva, se a qualidade é péssima, o que é que se tem feito com o dinheiro público que aqui chegou?
Mais do que tudo, dinheiro público nas mãos de instituição privada (mesmo que fundacional) tem a obrigação, indispensável e legal, de ser seguido e o uso justificado.

Ficaram evidentes e concretos: desacordos do Sr. Gestor contra o prefeito Guilherme de Ávila e contra a última prefeita sobre prestações de contas e destinação do dinheiro público.

E a cidade, em quase dez anos, sucumbindo nessa necessidade essencial que é a saúde pública, do único hospital público da cidade e da péssima qualidade de atendimento da única UPA do município.
Fica aí uma questão para o Ministério Público e para a Câmara de Vereadores em suas missões obrigatórias, já que Prefeitura e prefeito permanecem em inércia. E o povo, ora o povo, assistindo.

Dr. Fauze José Daher
Médico e Advogado
Ex-Vereador Constituinte (1989-1992)

Redação

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