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Mobilidade urbana, agora vai pro futuro?

 Mobilidade urbana, agora vai pro futuro?

Se critico quando percebo, ou pondero sobre algum equívoco cometido pela administração pública, é decente que eu felicite quando noto algo que pondero ser bom. E, se há algo bom que a atual gestão fez, é em relação ao transporte público. A nova aplicabilidade da frota que tem prestado o serviço de transporte público tem recebido elogios da sociedade barretense. Até aqui.

Com ônibus novos, bem equipados — óbvio, dentro da possibilidade — mas sensivelmente melhores que os disponibilizados pelas empresas anteriores, a nova frota tem atendido à demanda da população. Até aqui.

Como também exerço trabalho de motorista por aplicativo, o famoso “Uber”, converso diariamente com cerca de 20 pessoas. Isso contando quando apenas um passageiro adentra o veículo. Às vezes, embarco duas, três pessoas na mesma viagem. E a maioria que já utilizou a nova frota elogiou. Até aqui.

Uma preocupação, a princípio, era com o valor pago adiantado à empresa antiga e que ainda não havia sido ressarcido aos usuários, mas, ao que tudo indica, a mesma já disponibilizou o repasse e a listagem com os nomes e valores dos munícipes, a fim de que a prefeitura e a nova empresa organizem da melhor forma esta questão.

Aqui no meu bairro, os dois horários voltaram a ser atendidos: pela manhã e à tarde. Só via isso nos tempos da Viação Sarri. Antes das terríveis calamidades causadas ao transporte público, tanto pela COVID quanto pela administração da ex-prefeita.

Algumas pessoas até me questionaram se, com o retorno do transporte regularizado dos ônibus, os motoristas sentiram que houve queda nas chamadas. De fato, não! Há público para todos os setores. Ainda vejo diversos colegas exercendo sua atividade laboral tranquilamente. Assim como eu, louvado seja Deus! Também percebo mototaxistas rodando. Enfim, quem saiu mesmo ganhando — e merecidamente — foram os que, com toda dificuldade, utilizavam os ônibus e agora têm essa melhoria na prestação do serviço.

Outros afirmam que, por ser um serviço público, os ônibus não deveriam cobrar. Cabe aqui esclarecer que quem presta o serviço é uma empresa privada, logo, tem todo direito de receber pelo serviço do transporte. Chama-se transporte público porque a prefeitura cede, via concessão, a prestação do serviço. Logo, é público porque todos têm acesso. Diferente do meu trabalho, que é privado. Eu escolho a quem vou prestar o serviço, e a pessoa só adentra meu veículo com minha permissão. O transporte público, desde que a pessoa esteja no ponto de ônibus, pode embarcar. Acaso a prefeitura tivesse como oferecer o serviço sem a cobrança da tarifa, seria o melhor dos mundos, mas, por ora, não é a realidade do Brasil — quem dirá de Barretos.

De ruim mesmo, até aqui, o que percebo é que, como nossa cidade não pensou suas vias — principalmente as do centro — lá no passado, quando surgiu a cidade e começou seu desenvolvimento, temos o chamado leito carroçável estreito (pois é, você não sabia que por onde circulam os veículos tem esse nome, não é!?). Se formos falar sobre diferenciação entre passeio público e calçada, e o que você conhece por rua, na verdade, vai muito além da sua compreensão. Esse artigo precisaria de uma edição especial. Alô, redação, me ajuda aí!

Mas, concluindo: como o leito carroçável é estreito, ainda sofremos com algumas fechadas que levamos dos motoristas de ônibus. Ainda temos que ter paciência quando eles, estacionados, apenas dão seta (quando dão) e vão saindo, e você tem que deixar para evitar acidentes. Isso quando não param nos pontos um pouquinho tortos, com a traseira pegando quase metade — ou até mais — da via. Mas aí já não são os ônibus. E aqui contamos com a boa educação dos motoristas. Que não deve se restringir apenas aos dos ônibus, mas a todos.

Parabenizo o poder executivo (aleluia). Até aqui. Barretos merece ainda muito mais. Estamos praticamente no centro da distância entre Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, duas gigantes. Temos muito a aprender. A nos desenvolver. Que elas sirvam de exemplo de que boa vontade e trabalho podem fazer pelo município.

Túlio Guitarrari é filósofo, técnico contábil e jornalista.

Redação

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