Invente seu emprego

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É com grande apreensão que, mais uma vez, vejo na imprensa os números do desemprego no Brasil. No final de maio, o IBGE divulgou que, em três meses (fevereiro, março e abril), mais de 1,8 milhão de pessoas perderam seus empregos no País. No total, hoje são 11,4 milhões de pessoas desocupadas, sem saber como vão sustentar suas famílias no dia de amanhã, vivendo de bicos e sentindo a frustração de não encontrar uma vaga de trabalho formal.

Em meio ao cenário político que temos hoje, em que ainda há mais dúvidas do que certezas sobre os rumos do atual governo, não me parece a melhor solução esperar sentado uma melhora do cenário econômico e a retomada da oferta de emprego. Minha sugestão para quem está angustiado nesse momento é arregaçar as mangas e criar sua própria vaga de trabalho. E isso não é força de expressão!

Recentemente, soube da história de uma empreendedora que ilustra bem o que estou dizendo. Formada em artes cênicas e sem perspectiva de um trabalho formal, ela decidiu investir na produção de brigadeiros para vender. Para isso, se formalizou como MEI (Microempreendedora Individual), preparou uma Kombi para apresentar sua mercadoria de maneira criativa e partiu para vender na região da avenida Paulista, em São Paulo. O negócio deu tão certo que agora ela se prepara para abrir uma segunda unidade.

O advento do MEI – que permite a formalização de profissionais com faturamento de até R$ 60 mil por ano – possibilitou a milhares de trabalhadores entrarem na legalidade. São costureiros, manicures, doceiros, eletricistas, diaristas e profissionais de mais de 500 atividades que podem ter benefícios como fazer parte do sistema previdenciário e emitir nota fiscal de seus serviços. Na contramão da alta do desemprego, mais de 260 mil novos MEIs foram formalizados no país de fevereiro a abril deste ano – sendo quase 71 mil só no Estado de São Paulo.

Isso significa que muitos brasileiros já entenderam que não adianta esperar o emprego aparecer – é preciso inventá-lo. No entanto, é importante ter em mente que uma atividade empreendedora que surge da necessidade, e não da oportunidade, é algo muito frágil e que pode colocar em risco as últimas economias da família. Já vi muita gente boa em sua profissão não conseguir levar seu negócio adiante por falta de conhecimentos básicos em finanças e marketing. E de nada adianta fazer um brigadeiro delicioso se você não tem o mínimo de planejamento para obter lucro com ele. Por isso, antes de colocar sua ideia em prática, procure o SEBRAE-SP. Estamos prontos para atendê-lo.


Bruno Caetano é diretor superintende do SEBRAE-SP.

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Redação

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