Bodinho cobra explicações sobre obra ineficaz de contenção de areia acima da rodovia
“A Montanha Sagrada”: o filme que transforma o espectador em peregrino espiritual
Connie de la Mora, Leticia Robles e Alejandro Jodorowsky como as mulheres carecas e o alquimista.
“A Montanha Sagrada” (1973) é uma obra surrealista de Alejandro Jodorowsky que transcende a definição de cinema convencional. O filme acompanha um ladrão semelhante a Cristo que atravessa um mundo corrupto, mergulhado em luxúria, idolatria e violência simbólica. Sua jornada o leva até um alquimista — interpretado pelo próprio Jodorowsky — que o guia em um processo de purificação espiritual, junto de sete poderosos representantes dos planetas, cada um simbolizando um aspecto da humanidade moderna. Juntos, eles partem em busca da lendária Montanha Sagrada, onde vivem seres imortais que dominam o destino do mundo.
A narrativa, deliberadamente fragmentada e alegórica, é uma profunda viagem alquímica e mística. O filme explora temas como a decadência da sociedade de consumo, a morte do ego, a crítica às religiões e instituições, e a transformação espiritual como única forma de transcendência. A estética psicodélica e os símbolos esotéricos — inspirados no tarô, na cabala e na alquimia — criam uma experiência visual e sensorial que desafia qualquer tentativa de explicação linear.
Produzido com o apoio de Allen Klein, ex-empresário dos Beatles, e financiado por John Lennon e Yoko Ono, A Montanha Sagrada é um marco do cinema experimental. Jodorowsky funde arte, filosofia e espiritualidade em um ritual fílmico, cuja ousadia estética e densidade simbólica permanecem incomparáveis até hoje. É um filme que não se assiste apenas — se vivencia.
Ficha técnica
Título original: The Holy Mountain (1973)
Direção e roteiro: Alejandro Jodorowsky
Fotografia: Rafael Corkidi
País de produção: México
Duração aproximada: 114 minutos
Onde assistir: Cultpix e Mubi
Você pode assistir o trailer oficial aqui:
