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Senado aprova isenção tributária para contribuições associativas em vitória do setor produtivo

 Senado aprova isenção tributária para contribuições associativas em vitória do setor produtivo

Exclusão das contribuições associativas da incidência do IBS e da CBS é considerada marco histórico para o setor. (Foto: Freepik)

Depois de dois anos de mobilização desde a aprovação da Emenda Constitucional 132/23, o sistema associativo brasileiro conquistou uma vitória considerada histórica. O Senado aprovou na última terça-feira (30) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, que regulamenta pontos da Reforma Tributária sobre o Consumo e garante a exclusão das contribuições associativas da cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

Na versão inicial do texto, essas contribuições estariam sujeitas à tributação, o que poderia elevar em até 28% os custos de entidades sem fins lucrativos. O ajuste atendeu a um pleito da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), que vinha alertando para os riscos de enfraquecimento de milhões de empreendedores representados por essas instituições.

Mobilização e articulação política

O presidente da CACB, Alfredo Cotait, classificou a decisão como um marco.
“Essa é uma grande vitória do sistema associativo. Evitamos uma penalização injusta e garantimos condições para continuar representando e fortalecendo milhões de empreendedores brasileiros”, afirmou.

Segundo Cotait, o resultado foi fruto de diálogo com o relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM). “O PLP 108 trazia dispositivos que poderiam inviabilizar muitas entidades sem fins lucrativos, entre elas as associações comerciais. Com uma atuação firme e coordenada, conseguimos excluir essa tributação. Agora, esperamos que a Câmara dos Deputados também reconheça a importância dessa isenção e confirme a aprovação”, completou.

Reunião decisiva

No dia da votação, dirigentes da CACB e da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) se reuniram com Braga para reforçar a demanda. Estiveram presentes o vice-presidente jurídico da CACB, Anderson Trautman, e o presidente da Associação Comercial e Empresarial do Amazonas (ACE-AM), Bruno Pinheiro.

Para Trautman, o encontro foi crucial:
“Desde o início da tramitação da reforma tributária sobre o consumo temos batalhado por avanços que incentivem o desenvolvimento econômico e social. Mas havia uma grande preocupação: a cobrança de IBS e CBS sobre as contribuições associativas. Isso traria um encargo adicional e enfraqueceria toda a rede. Felizmente, o relator foi sensível e acolheu nossos argumentos.”

Voz do Amazonas

Bruno Pinheiro destacou que a medida representa não apenas um alívio financeiro, mas também o reconhecimento da relevância histórica das associações.
“O senador Eduardo Braga se sensibilizou, acatou o pleito e viu que ele era justo. Essas contribuições são doações voluntárias feitas por empresários para entidades de classe que prestam serviço de utilidade pública e atuam como órgãos técnicos consultivos. Não seria justo que elas fossem tributadas”, avaliou.

Impacto para o futuro

Para lideranças do setor, a decisão no Senado fortalece o futuro do associativismo no Brasil. Ao resguardar entidades de classe de novos tributos, o Congresso assegura condições para que sigam representando empreendedores e contribuindo para políticas públicas.

O PLP 108/2024 agora segue para análise da Câmara dos Deputados, onde será necessário novo aval antes de ir à sanção presidencial.

Fonte: Brasil 61

Redação

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