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Greve dos entregadores de aplicativos continua pelo segundo dia: entenda as reivindicações e impactos

De acordo com o Sindicato dos Motoboys de São Paulo (Sindimoto-SP), entre as reivindicações está a melhoria das taxas pagas aos profissionais da categoria. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A paralisação nacional dos entregadores de aplicativos, iniciada na segunda-feira (31), deve se estender nesta terça-feira (1º), conforme anunciou o Sindicato dos Motoboys de São Paulo (Sindimoto-SP). O movimento ganhou força com protestos registrados em ao menos 20 cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Brasília, Fortaleza, Goiânia, Canoas (RS) e municípios de Santa Catarina.
O principal motivo da greve é a reivindicação por melhores condições de trabalho e reajuste nas taxas de entrega, que, segundo os representantes da categoria, não sofrem alteração há 10 anos. O Sindimoto-SP afirma que, nesse período, houve inclusive reduções nos valores, o que impactou diretamente a renda dos trabalhadores.
“Só para ter uma ideia da injustiça praticada pelas empresas de aplicativo contra o trabalhador nesse tempo todo, os registrados em CLT tiveram aumento nos ganhos salariais de quase 99%, enquanto os entregadores de aplicativos amargaram redução de quase 72%”, diz trecho de nota divulgada pela entidade sindical.
Reivindicações dos entregadores
Entre as principais solicitações dos manifestantes estão:
- Taxa mínima de R$ 10,00 por entrega
- Aumento do valor do quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50
- Limite de 3 km para entregas realizadas por bicicletas
- Garantia de pagamento integral mesmo em corridas agrupadas (quando vários pedidos são entregues em uma mesma rota)
Além das questões financeiras, os entregadores também reivindicam melhores condições de trabalho e mais segurança nas plataformas.
Resposta das empresas de aplicativo
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como iFood, afirmou em nota que suas associadas “mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores” e apoiam a criação de uma regulação específica para o trabalho mediado por plataformas digitais, buscando garantir tanto a proteção social dos trabalhadores quanto segurança jurídica para a atividade.
O iFood, em comunicado enviado aos entregadores, declarou estar “atento ao momento econômico do país” e afirmou que estuda a possibilidade de um reajuste ainda este ano. A empresa também lembrou que, nos últimos três anos, elevou o valor mínimo pago por rota de R$ 5,31 para R$ 6,50.
Mobilização nacional
Em Fortaleza (CE), os entregadores se reuniram na Praça da Imprensa Chanceler Edson Queiroz, no bairro Dionísio Torres, desde as primeiras horas da manhã. No Rio Grande do Sul, a mobilização em Canoas percorreu a Avenida Getúlio Vargas até a região central da cidade, passando pela BR-116. Em São Paulo, uma das cidades com maior concentração de trabalhadores por aplicativo, o movimento também gerou impactos nos serviços de entrega ao longo do dia.
Crescimento do setor e debates futuros
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024 indicam que, em 2022, cerca de 1,5 milhão de pessoas atuavam por meio de aplicativos e plataformas digitais, representando 1,7% da força de trabalho do setor privado no país. A maioria dos profissionais era formada por homens (81%) com escolaridade de nível médio completo ou superior incompleto (61,3%).
Com o avanço das mobilizações, as discussões sobre a formalização da categoria, isenção de Imposto de Renda e pontos específicos da Reforma Tributária voltam ao centro do debate público.
Com informações do Brasil 61
