Grito dos Excluídos comemora 30 anos em defesa da ‘verdadeira independência’

 Grito dos Excluídos comemora 30 anos em defesa da ‘verdadeira independência’

Grito do Excluídos nasceu durante a 2ª Semana Social Brasileira da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, entre 1993-1994. – Tomaz Silva/Agência Brasil

Em 2024, o Grito dos Excluídos completa três décadas de luta, mantendo vivo o lema “Vida em Primeiro Lugar”. Nascido como uma forma de denúncia das profundas desigualdades sociais no Brasil, o movimento reúne uma ampla rede de organizações sociais e pastorais católicas. Este ano, as celebrações acontecem no dia 7 de setembro, com mobilizações programadas em diversas regiões do país, sob o mote provocativo: “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”

O presidente da Comissão Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Valdecir Santos Mendes, ressaltou o caráter contínuo da iniciativa, afirmando que o Grito é uma ação permanente. “O grito é um processo e, portanto, ele é permanente. Ele deve acontecer a cada dia, a cada momento, especialmente onde as comunidades estão sendo ameaçadas”, afirmou.

Dom Valdecir destacou ainda a expectativa para as mobilizações de 2024, com ênfase na defesa das populações mais vulneráveis. “Que esse grito possa ecoar a partir do chão dos povos tradicionais, indígenas, das periferias, das pessoas em situação de rua, dos lavradores e trabalhadores da agricultura familiar. O grito é um compromisso com a vida”, frisou.

Alessandra Miranda, da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, também destacou a diversidade dos movimentos que se unem em torno da superação das estruturas de exploração que perpetuam a desigualdade social. Segundo Miranda, a pluralidade de vozes é um desafio, mas também uma fonte de criatividade e reflexões profundas sobre os caminhos da mobilização. “Aos 30 anos, reafirmamos: nós nos importamos. Esse é o nosso compromisso e testemunho”, declarou.

Lenora Rodrigues, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), trouxe à tona a luta das populações tradicionais e agricultores pelo direito à terra, destacando que, em 2023, a CPT registrou 281 conflitos agrários na região de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Rodrigues também mencionou a batalha contra o marco temporal, que estará entre as pautas do Grito dos Excluídos deste ano. “A CPT segue firme na caminhada junto aos povos das terras, das águas e das florestas. Não ao marco temporal! Essa é uma luta ancestral e de todos nós”, concluiu.

Confira a hora e local da celebração em Barretos
A Diocese de Barretos convida para a celebração do Grito dos Excluídos, neste sábado (7). A concentração começa às 15h00 na Praça Francisco Barretos. Às 16h30, haverá missa na Catedral do Divino Espirito Santo.

Redação

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