Carnaval de Barretos: A segunda maior atração turística ignorada na terra do peão

 Carnaval de Barretos: A segunda maior atração turística ignorada na terra do peão

O jornalista e sambista Coriolano Neves defende o Estrela D’Oriente.

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“O Carnaval é a segunda atração turística de Barretos, porém, a cidade não figura o evento no planejamento turístico da Estância Turística, que insiste em ser a terra do peão.” Essa é a declaração do jornalista e sambista Coriolano Neves, durante a sua participação no programa “Café com Prosa,” com Raphael Dutra na Rádio Jornal 88.7.

Nascido e criado no coração do samba, Coriolano compartilhou sua trajetória e seu compromisso em preservar o patrimônio cultural da cidade. A trajetória de Coriolano Neves no mundo do samba teve início no Clube Estrela D’ Oriente, uma instituição de inegável importância para a cultura local. “Eu nasci no meio do samba”, relata Neves com orgulho. Sua conexão profunda com o clube e sua história fazem dele um defensor apaixonado por essa instituição, que é o segundo clube mais antigo do Estado, com seus 87 anos de história.

Coriolano Neves revela que mesmo não estando na diretoria do clube, continua atento a cada acontecimento. Ele dispara que entrou com uma ação judicial para impedir a venda de parte das terras do clube, alegando que interesses de pessoas famosas estão por trás desse plano, visando a construção de loteamentos no local. Determinado a evitar essa venda, Coriolano afirma que enquanto tiver saúde e a benção de seus orixás, ele lutará para preservar o Clube Estrela D’ Oriente.

“Tem pessoas famosas por trás desta venda, que eu não vou dizer agora, porém, essas pessoas querem construir loteamentos no local. Se depender de mim, está venda não vai acontecer. Meus orixás não estão satisfeitos com isso e enquanto tiver saúde e meus orixás permitir, eu vai lutar para que isso não aconteça.” – relata Coriolano.

O compromisso do Harlem com o samba
Coriolano Neves também discutiu a importância do antigo grupo “Harlem,” um movimento negro dedicado à proteção e promoção do samba na cidade. Ele revela que, após a trágica perda do presidente Zé Preto, metade da diretoria do Clube Estrela D’ Oriente na época, foi composta por membros do Harlem.

“O Harlem foi formado por um grupo de amigos. O intuito do grupo do movimento negro, sempre foi cuidar do samba na cidade. Eu me recordo, que após a morte do presidente do Estrela D’ Orientes, Zé Preto, 50% da diretoria do clube, foram membros do Harlem. Essa diretoria trouxe diversas atrações para o clube, como Zeca Pagodinho e entre outros.” – revela.

Falta de apoio para o Carnaval
Coriolano Neves expressou sua preocupação com a falta de apoio ao Carnaval em Barretos. Segundo ele, embora a cidade seja amplamente reconhecida como a “terra do peão,” o Carnaval é a segunda maior atração turística local, mas frequentemente é negligenciado nos planos turísticos oficiais. Para Coriolano, essa é uma injustiça, pois o Carnaval é uma fonte importante de emprego e movimenta a economia da cidade, desde costureiras até os construtores de carros alegóricos. Coriolano revela que nas edições promovidas na Avenida Engenheiro Necker Carvalho de Camargos chegou a registrar público de 30 mil pessoas no local.

“O nosso povo preto não tem condições de pagar R$ 15,00 em uma lata de cerveja, R$ 7,00 em uma garrafa d’agua. Em comparação com o Carnaval, as pessoas levam seus coolers para consumir as cervejas que estão em suas condições e tem aqueles que levam seus coolers para vender suas bebidas no local.” – frisa.

Para Coriolano, o samba é um elemento unificador que transcende barreiras sociais e culturais. Ele enfatiza que o samba é uma força positiva na cidade, beneficiando bairros pobres e marginalizados, proporcionando um senso de comunidade e identidade.

Ouça o programa

Acompanhe o programa “Café com prosa” com Raphael Dutra toda segunda-feira às 17h00 na Rádio Jornal 88,7.

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Guilherme Aparecido

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