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UNIFEB debate violência psicológica: especialistas alertam para sinais e impactos invisíveis


A violência psicológica, considerada uma das formas mais silenciosas e prejudiciais de agressão, afeta milhões de brasileiros e foi tema de discussão no curso de Psicologia do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB).
Em entrevista ao núcleo de comunicação da instituição, a coordenadora do curso, Prof.ª Dra. Débora Nogueira Tomas, destacou que a violência psicológica se manifesta em atitudes que causam danos emocionais, como humilhações, críticas constantes, chantagens, isolamento e tentativas de controle sobre pensamentos e decisões.
“A dificuldade está em identificar esse tipo de violência, já que ela não deixa marcas físicas, mas corrói a autoestima e a confiança da vítima. Muitas chegam aos serviços de saúde com sintomas de ansiedade e depressão, sem perceber que estão em uma relação abusiva”, explicou.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (2019) indicam que 27,6 milhões de pessoas sofreram violência psicológica em um período de 12 meses, representando 17,4% da população. O levantamento aponta ainda que esse tipo de violência responde por 95% dos casos relatados e atinge, principalmente, mulheres, pessoas pretas e pardas e indivíduos de baixa renda.
Os impactos podem ser duradouros. Segundo Débora, os efeitos incluem transtornos de ansiedade e depressão, dificuldades de concentração, isolamento social e até ideação suicida. “O acolhimento da rede de apoio é essencial. Ouvir sem julgamentos, respeitar o tempo da vítima e não naturalizar comentários depreciativos são atitudes fundamentais”, afirmou.
A professora também ressaltou o papel da Psicologia no enfrentamento do problema, tanto no atendimento às vítimas quanto em ações educativas em escolas, hospitais e comunidades. “Além de auxiliar na reconstrução da autoestima, os profissionais da área têm papel estratégico na formulação de políticas públicas”, destacou.
Para quem sofre esse tipo de violência, existem canais de apoio e denúncia, como o Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), o Disque 100 (violação de direitos humanos), além das Delegacias de Defesa da Mulher, Defensorias Públicas e serviços de assistência social como CRAS e CREAS.
