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Operação Carbono Oculto atinge cidades de Barretos e Catanduva

 Operação Carbono Oculto atinge cidades de Barretos e Catanduva

Polícia Federal: operação investiga esquema bilionário de lavagem de dinheiro do PCC (Divulgação/PF)

A Receita Federal e órgãos parceiros deflagraram nesta quinta-feira (28) a “Operação Carbono Oculto”, considerada a maior ação contra o crime organizado da história do País em termos de cooperação institucional e abrangência. Entre os municípios alvos da investigação estão cidades da 13ª Região Administrativa de Barretos, como o próprio município-sede e Catanduva.

A operação busca desmantelar um esquema de fraudes bilionárias e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, que atuava desde a importação e produção até a distribuição e venda ao consumidor final. Segundo a Receita Federal, somente entre 2020 e 2024, os investigados importaram mais de R$ 10 bilhões em combustíveis. O sofisticado esquema envolvia adulteração de gasolina com metanol, sonegação fiscal e utilização de fintechs para ocultar a movimentação financeira.

Alvos na Região de Barretos

De acordo com dados oficiais da Receita Federal, foram cumpridos mandados em Barretos e Catanduva, municípios que integram a 13ª Região Administrativa de São Paulo. Essas cidades fazem parte de um território que reúne 19 municípios e cerca de 700 mil habitantes, destacando a relevância regional da operação.

O auditor-fiscal da Receita Federal, em nota oficial, destacou que “a amplitude geográfica da ação demonstra como o crime organizado se infiltra em diferentes elos da cadeia de combustíveis, atingindo desde grandes centros até municípios do interior paulista”.

Impacto nacional e regional

No total, a Operação Carbono Oculto cumpre aproximadamente 350 mandados de busca e apreensão em oito estados brasileiros: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Além disso, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) ajuizou ações de bloqueio de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão, incluindo imóveis, veículos e usinas vinculadas à organização criminosa.

A participação de órgãos como o Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Federal, da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo reforça a dimensão da operação.

Nome da operação

O nome “Carbono Oculto” faz alusão tanto ao elemento químico presente nos combustíveis quanto ao esquema de ocultação de recursos ilícitos em fintechs e fundos de investimentos. Segundo a Receita Federal, uma única fintech ligada ao grupo movimentou mais de R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024, funcionando como um “banco paralelo” da organização criminosa.

Igor Sorente

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