Nova Arquidiocese busca frear queda no número de católicos em Rio Preto e região

A Catedral de São José, em São José do Rio Preto, ficou lotada na manhã de terça-feira (9) durante a missa de instalação da nova Arquidiocese de São José do Rio Preto. Comandada pelo arcebispo metropolitano dom Antonio Emidio Vilar, a cerimônia reuniu fiéis, autoridades e representantes das dioceses de Barretos, Catanduva, Jales e Votuporanga, que agora integram a recém-criada Província Eclesiástica.

Criada pelo papa Leão XIV em 22 de maio deste ano — apenas duas semanas após o conclave que o elegeu — a Arquidiocese de Rio Preto nasce com a missão de fortalecer a presença católica em uma região que soma 862.167 fiéis, cerca de 58% da população das 98 cidades atendidas. Dados do IBGE mostram que em 2010 essa proporção era de 62%, evidenciando um desafio para a Igreja Católica diante do crescimento das igrejas evangélicas, que hoje reúnem 27% dos moradores locais.

Durante a missa que durou quase três horas, dom Vilar explicou que a nova configuração vai permitir maior autonomia pastoral. “A missão de uma arquidiocese é incentivar a comunhão regional. Por isso nos separamos de Ribeirão Preto que nos articulava. Agora temos autonomia não só da região, mas também das dioceses para trabalhar mais a união da Igreja”, afirmou o arcebispo.

Entre as autoridades presentes estavam os cardeais Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo; Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro e ex-bispo de Rio Preto; dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba (MG); e dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto. Também participaram os bispos dom José Benedito Cardoso, de Catanduva, e dom José Reginaldo Andrietta, de Jales.

A comitiva de Barretos contou com a presença do bispo dom Milton Kenan Júnior; do prefeito Odair Silva (REP); do vice-prefeito Mussa Calil Neto (MDB); do secretário municipal Luis Carlos Buch; e do vereador Itamar Alves (PSD).

Em entrevista ao jornal Diário da Região, dom Milton destacou que a criação da arquidiocese consolida uma realidade pastoral que já vinha acontecendo na prática. “Nós, embora fôssemos da arquidiocese de Ribeirão Preto, já há algum tempo temos uma caminhada própria, inclusive com conselho pastoral próprio. A vantagem é que agora podemos estreitar nossos laços, avançar na união sinodal e fortalecer as pastorais já existentes, o que vai favorecer nossas dioceses”, explicou.

Dom Orani também lembrou que a criação da nova arquidiocese era esperada há cerca de 20 anos, refletindo a necessidade de melhor organização e presença pastoral na região.