Barretos no feriadão: o que a gente oferece enquanto Olímpia recebe 70 mil turistas?

De 20 a 23 de novembro de 2025, o Brasil inteiro vive o feriadão da Consciência Negra. Olímpia já anunciou ao país: quase 70 mil turistas devem invadir a cidade entre quinta e domingo. É gente entrando em hotel, lotando restaurantes, consumindo no comércio, respirando cultura, andando pelas ruas, fortalecendo o caixa da cidade. Uma engrenagem turística funcionando em alta rotação.

E Barretos?
Quantos turistas Barretos espera receber neste mesmo feriado?
E mais importante: o que Barretos entrega para quem chegar aqui?

A pergunta é simples, direta e incômoda:
O que o turista — e até o próprio barretense — tem para fazer de quinta a domingo?

O feriado chegou. O turista vem. Mas encontra o quê?

Barretos tem potencial, tem identidade, tem história — mas carece de programação regular, clara, divulgada e estruturada.

Olímpia oferece:
Shows gratuitos
Samba na praça
Exposição
Teatro
Eventos temáticos
Parques gigantes
Agenda cultural diária

E Barretos oferece o quê, exatamente, entre quinta e domingo?

Vamos ser francos: o turista não se atrai por promessas. Ele se atrai por agenda.
E agenda é aquilo que se anuncia antes, se organiza, se divulga, se repete e se consolida.

O que Barretos poderia — e deveria — apresentar neste feriadão

Vamos olhar para o mapa real do que existe hoje. O que Barretos tem (mas não transforma em programação). Diversos equipamentos poderiam, com organização mínima, gerar uma agenda de feriadão.

Mas o que o turista encontrará neste final de semana, de fato?
Onde estão os shows? As exposições? As feiras? O teatro gratuito? Os eventos afro-brasileiros? O roteiro cultural temático? Os atrativos infantis?

Por onde o turista vai circular em Barretos?

Essa é a pergunta estratégica.
Porque o turista não fica parado — ele quer andar, fotografar, comer, conhecer.

E ele vai circular por onde?

E a provocação é inevitável:
Será que Barretos quer realmente atrair turistas… ou só quer dizer que é Estância Turística no papel?

O feriado é agora. O turista está vindo para a região. E Barretos vai perder essa onda?

Se Olímpia atrai 70 mil visitantes entre 20 e 23 de novembro, é óbvio que parte dessa massa está circulando pela região.

A pergunta — que exige coragem — é:
Quantos desses turistas vão escolher Barretos como destino secundário?
5 mil?
1 mil?
500?
Nenhum?

Não adianta ter um rótulo de Estância Turística se não houver conteúdo turístico.
Não adianta ter potencial se não houver programação real.
Não adianta reclamar da economia se não houver estratégia para movimentá-la.

Provocação final — e necessária

Barretos precisa parar de assistir Olímpia brilhar pela televisão.
O feriado está aí, agora, vivo, quente.
A cidade tem quatro dias para mostrar quem é.

Mas fica a pergunta mais importante do editorial:

Se você fosse turista e tivesse quatro dias livres…
em qual cidade você passaria o feriadão?

E mais duro ainda:
Barretos te daria motivos suficientes para ficar aqui — ou você também iria para Olímpia?

O futuro cobra.
E quem não prepara o feriadão…
perde o feriadão.