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Barretos é uma Estância Turística? Quem banca é a iniciativa privada. E ponto final.

 Barretos é uma Estância Turística? Quem banca é a iniciativa privada. E ponto final.

Barretos, terra do rodeio, do hospital do amor e, agora, da praia artificial. Mas, também, terra de promessas públicas que tropeçam na calçada malfeita da realidade. Se a cidade vai virar polo turístico, será à custa da iniciativa privada – e não por méritos do poder público. E isso, meu caro leitor, diz muito sobre o que está (e não está) funcionando por aí.

Desde os anos 90, nossos gestores municipais sonham com um futuro turístico para Barretos. Sonham alto, falam bonito, fazem planos. Mas e a execução? E os resultados? O que temos hoje é um município com o título de Estância Turística na parede e meia dúzia de atrativos que, na prática, não funcionam nem para um final de semana qualquer. O que o turista encontra fora da temporada da Festa do Peão? Um museu que luta para não fechar, uma catedral sem museu, uma estação cultural sem cultura, praças lindas, porém vazias, um recinto histórico depredado, buracos no asfalto e o tal “Passeio da Tradição” que virou… ponto de maconheiro. 

Agora me diga: quem em sã consciência sai de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto ou Campinas pra ver buraco, praça sem vida e rota turística onde nem van consegue trafegar porque falta estrada, falta sinalização, falta estrutura básica? O distrito de Alberto Moreira, por exemplo, poderia brilhar com sua rota das capelas – um caminho de fé, história e paisagem, ideal pra bicicleta ou caminhada. Mas cadê o básico? Cadê o apoio?

Enquanto o poder público discute se Barretos será cidade de turismo da saúde, turismo termal ou turismo do rodeio, o setor privado já decidiu: vai fazer. E está fazendo.

Veja o Rio das Pedras, com sua ousadia de trazer areia, ondas e uma piscina infantil única no estado. Isso mesmo: única! Um investimento que não espera edital nem verba estadual. É dinheiro próprio, coragem e visão.

Veja o Barretos Park Hotel, que agora tem sua própria praia – a Praia do Peão. Uma lagoa de 50 mil metros quadrados cercada de mata nativa, com bangalôs VIP, beach bar, brinquedos aquáticos e um plano de expansão de R$ 12 milhões. E o melhor: funciona em day use. Abriu pra todo mundo. Democratizou o luxo.

Veja o Barretos Country Park Resort, o primeiro resort temático country do Brasil. Um parque aquático com mais de 40 atrações, águas termais, vila caipira, pizzaria com massa fermentada por 48 horas, fazendinha com galinha e cavalo pra criança brincar, chalés com ar-condicionado e cheiro de campo. É imersão cultural, diversão, descanso, tudo junto. Isso é turismo de verdade!

Enquanto isso, a prefeitura… planeja. Desde 1993.

O turista não se encanta com promessas. Ele quer experiência. Quer vivência. Quer tirar foto e postar dizendo “olha onde eu tô!”. E isso, hoje, só quem entrega em Barretos é o empresariado local. A prefeitura? Quando não atrapalha, se omite.

A verdade é que Barretos só vai se consolidar como destino turístico se o poder público deixar de jogar contra e começar a jogar junto. Que tal arrumar as calçadas? Melhorar as estradas? Garantir água? Criar eventos nos espaços públicos além dos 10 dias de festa em agosto?

Mas se continuar assim, o título de estância turística vai continuar sendo só isso: um título.

E quem vai salvar a lavoura é quem não depende de verba, licitação ou gabinete: o investidor privado, que enxerga oportunidade onde o poder público vê problema.

Barretos já tem o que precisa pra virar destino nacional. Falta só uma coisa: vontade política de sair da conversa e cair na real.

Redação

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