Candidatos se preparam para prova de redação do Enem no domingo
Agricultura sustentável é o caminho do orgânico para pequenos produtores
Rafael Garcia Silva, um agricultor local, conta como a busca por uma vida mais conectada com a natureza o levou a trocar a vida urbana pelo cultivo orgânico em uma propriedade rural. Ele participou do “Programa Café com Prosa” na Rádio Jornal e contou que em sua última viagem, ele já tinha tudo planejado: voltar para a cidade, adquirir um sítio e iniciar a produção de alimentos orgânicos, em um cenário onde não havia projetos semelhantes. “Quando percebi, já estava lá plantando”, diz Rafael, relatando o início de sua jornada como produtor rural.
Na cidade, apenas ele e outro agricultor, produzem alimentos orgânicos. Rafael relembra a tentativa de obter o selo de certificação orgânica (OCS), que exige um mínimo de três produtores. No entanto, até agora, não conseguiram reunir os requisitos para essa certificação, uma meta que ele ainda espera alcançar com mais adesões.
Rafael vende seus produtos na feira da Praça da Criança aos sábados, que tem atraído cada vez mais consumidores em busca de alimentos livres de agrotóxicos. A crescente procura por orgânicos na cidade reflete uma mudança no comportamento dos consumidores. “No começo, sofri muito porque não tinha cliente, o pessoal não conhecia. Hoje, não sobra produto”, comemora Rafael.
Um dos grandes diferenciais do sítio de Rafael é sua abundância de água, proveniente de nascentes preservadas pela floresta que cobre mais de um hectare da propriedade. Ele destaca que essa conservação ambiental tem sido essencial não só para a qualidade dos alimentos, mas também para a sustentabilidade da terra. Além disso, ele agora comercializa produtos de outros parceiros, como queijos, pães e mel, atendendo à crescente demanda.
Apesar de todos os benefícios, Rafael não esconde os desafios da agricultura orgânica. Ele aponta que os insumos orgânicos são significativamente mais caros e o trabalho manual é mais intenso, o que torna o processo mais difícil em comparação com o cultivo convencional. No entanto, ele defende o uso de bio-produtos e adubos naturais, que, embora caros, mantêm a integridade dos alimentos e do solo.
Outro ponto alto de sua experiência foi a troca de saberes. Durante anos, ele recebeu voluntários de diferentes partes do mundo em sua propriedade, através de plataformas como World Packers e Workaway, que permitiram a troca de conhecimento e vivências sobre a produção sustentável. No entanto, após a pandemia, Rafael suspendeu temporariamente essas atividades, devido a uma mudança no comportamento das pessoas e à falta de público interessado.
Mesmo com os desafios, ele pretende retomar os cursos e as vivências, especialmente voltados para agrofloresta e agroecologia, assim que houver maior interesse. O agricultor segue otimista quanto ao futuro e a possível expansão do grupo de produtores orgânicos locais.
Barretos, com algumas regiões preservadas como a área de Cachoeirinha e Três Barras, apresenta semelhanças com o sítio de Rafael, mas ainda há muito a ser feito para que a preservação ambiental e a produção sustentável se tornem mais comuns na região. O exemplo de Rafael é um reflexo de como pequenos produtores podem fazer uma grande diferença quando o foco está no equilíbrio entre produção e preservação.