Rádio faz parte do cotidiano de 79% da população brasileira, diz pesquisa
Impacto das queimadas nos rios voadores: Engenheiros propõem medidas preventivas para mitigar incêndios florestais
Nas últimas semanas, as manchetes têm sido dominadas pelas queimadas em diferentes Estados do Brasil, como São Paulo e a Amazônia. Dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelam que, nos primeiros 20 dias deste mês, o número de queimadas na Amazônia superou o total registrado no mesmo período de 2023. Em meio a esse cenário, um fenômeno crucial para a segurança hídrica do país, os rios voadores, tem sofrido impactos significativos devido à proliferação de fumaça causada pelos incêndios florestais.
Os rios voadores são correntes de vapor d’água que se formam e se deslocam a grandes altitudes, transportando enormes quantidades de umidade da região amazônica para outras partes do Brasil e da América do Sul. Este fenômeno é essencial para o regime de chuvas em áreas como o Centro-Oeste, Sudeste e Sul. No entanto, as partículas de fumaça provenientes das queimadas se misturam ao vapor d’água, alterando os padrões de vento e umidade, dificultando a formação de nuvens de chuva e contribuindo para um clima mais quente e seco.
“Incêndios florestais não apenas prejudicam a vegetação, mas também afetam negativamente os animais, a fertilidade do solo, a produção de alimentos, as nascentes de água e a qualidade do ar, impactando todo o ecossistema”, explica Marília Gregolin, engenheira agrônoma e diretora técnica do Crea-SP. “Prevenir as queimadas é uma forma eficaz de contribuir para um ambiente mais saudável, sendo preferível atuar na prevenção do que lidar com os danos depois que ocorrem”, acrescenta.
O papel de cada indivíduo e das autoridades é fundamental para evitar que a situação se agrave. Em agosto, a Defesa Civil decretou alerta em São Paulo, que registrou uma baixa umidade relativa do ar de apenas 12%. Atualmente, 48 municípios do Estado estão em estado de atenção devido ao risco de queimadas. A atuação de profissionais da área tecnológica, devidamente registrados no Crea-SP, é essencial para mitigar os impactos negativos dessas queimadas.
“Estamos enfrentando um período difícil, com seca e incêndios florestais. Em vez de água, essas nuvens acabam transportando fumaças tóxicas para diferentes regiões, causando sérios problemas ambientais e de saúde devido à má qualidade do ar”, afirma Luiz Gustavo Delgado, engenheiro florestal e presidente da AENSAM (Associação dos Engenheiros e Agrônomos de São Manuel e Região).
Delgado aponta que estudos, pesquisas e projetos focados na prevenção de queimadas, assim como treinamentos de capacitação para o controle de incêndios e atividades de educação ambiental, são alternativas eficazes para combater esse problema. A fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de órgãos ambientais federais, estaduais e municipais, também é vista como uma aliada crucial na luta contra o fogo.