Rádio faz parte do cotidiano de 79% da população brasileira, diz pesquisa
Dia do Orgulho: diretor de documentário sobre a parada LGBTQIA+ SP reafirma a necessidade de sentir orgulho
O documentário “Parada LGBTT/SP – O outro lado do Arco-íris”, produzido em 2007, estava programado para ganhar uma continuação em 2020, mas foi impedido devido às políticas culturais da época e à pandemia. Quase vinte anos após sua produção, o documentário continua relevante em relação aos temas abordados, que são constantemente discutidos tanto dentro quanto fora da comunidade. A partir desses debates, houve avanços nas leis, na aceitação e temas como “transexualidade” foram abordados em novelas. Além disso, surgiram paradas virtuais e alguns cargos públicos alcançaram um público considerável, bem como o apoio de grandes marcas, mas a base do preconceito fora das bolhas ainda o faz ser infelizmente uma produção atual.
Atualmente, Rick Nóbrega é jornalista responsável pelo site DeuClick, diretor de conteúdo, assessor de imprensa e especialista em público jovem. Juntamente com outros produtores audiovisuais, ele está trabalhando na atualização do documentário sobre a maior parada do mundo para 2024/25. Uma das principais mudanças desde a produção original foi o desaparecimento das casas noturnas da comunidade e o surgimento de grandes marcas, algumas das quais são vistas apenas como vitrines e não como verdadeiras aliadas, já que só falam sobre o tema em junho e depois ignoram a imprensa. Por outro lado, existem marcas que realizam muitas ações de publicidade, mas não promovem nenhuma mudança real em suas políticas de diversidade sexual em termos de ESG (ambiental, social e governança). A cobertura do evento também se tornou mais complexa devido à falta de cooperação de algumas dessas marcas para permitir o acesso aos trios elétricos. Com a já insegura Avenida Paulista, é difícil para influenciadores e jornalistas que não são parte do grupo restrito e considerado “relevante”, mas quando essas mesmas pessoas são canceladas, as marcas procuram os menores.
“Este ano fomos marcados pelo ataque de um homem que supostamente afirma falar em nome de Deus e que afirma que Ele não aprova o orgulho, mas ao mesmo tempo usa a bandeira do arco-íris, dando a entender que estamos errados por termos orgulho. Ele age de forma surtada, como se não compreendesse o verdadeiro significado da palavra orgulho no mesmo contexto que a comunidade LGBTQIA+. Ter orgulho é uma necessidade para nós, pessoas da comunidade especialmente para aqules que estão fora dos grandes centros urbanos, onde ser quem somos se torna uma missão quase impossível. Isso reafirma que nossa condição que está mais relacionada a quem amamos do que com quem compartilhamos nossa cama. Precisamos ter orgulho para sermos autênticos e para amarmos livremente as pessoas que nasceram para estar em nossas vidas”, explica Rick Nóbrega.
O primeiro documentário está disponível no YouTube, com mais de 15 mil visualizações, e apresenta diversos depoimentos de personalidades do universo LGBTQIA+. Ele aborda temáticas como os avanços e preconceitos na religião, mercado de trabalho, comércio e meio midiático. O documentário também destaca como a Parada LGBTQIA+ de São Paulo vai além de uma simples “festa”, sendo considerada o maior protesto político nacional da comunidade. Explica-se o motivo pelo qual a Parada adotou seu formato atual e seu principal objetivo, que é celebrar o orgulho de ser lésbica, gay, bissexual, transsexual, queer, intersexual, assexual e todas as formas de identidade humana ainda a serem descobertas.
Sendo o primeiro e um dos documentários mais completos sobre a Parada LGBTQIA+ de São Paulo, a produção tem o objetivo de apresentar ao público um ponto de vista imparcial sobre o tema, abordando diferentes perspectivas e proporcionando informações transparentes para todos os tipos de público, principalmente para os céticos e jovens que não vivenciaram o auge do preconceito que levou milhares de ativistas a criar a maior parada LGBTQIA+ do mundo.
Entrevistados:
André Fisher – Diretor Geral do Portal Mix Brasil, Festival de Cinema Mix Brasil e Revista Jr.
Dimitri Sales – Ex Coordenador da Diversidade Sexual do Estado de SP.
Éder Miranda – Assessor de Imprensa da Igreja Comunidade Nova Esperança Evangélica – CNNE
Edson Lopes – Ex Coordenador de Carreiras e Desenvolvimento – Catho Group
Franco Reinaldo – Ex Pres. Da Associação Brasileira do Turismo GLBT e atual Coordenador da Diversidade Sexual da Cidade de São Paulo.
Gilberto Kassab – Prefeito da Cidade de São Paulo
Jean Wyllys – Ex BBB (Primeiro vencedor Gay) e atual Deputado Federal pelo PSOL/RJ
João Silvério Trevisan – escritor do entro muitos livros com destaque para “Paraíso é Aquí ? e um dos principais ativistas do país.
Júlio Piconi – Ex Diretor dos programas Fica Comigo e Beija Sapo da MTV e atual Diretor do Comédia MTV.
Leão Lobo – Apresentador de TV.
Léo Áquila – Drag Queen, ex apresentadora da Rádio Metropolitana FM e repórter de TV.
Marta Suplicy – Ex Ministra do Turismo e atual Senadora pelo PT/SP
Pde. Silvio Andrei – Paróquia Rainha dos Apóstolos em São Paulo.
Reginna Fachinni – Antropóloga e Ex vice presidente da APOGLBT SP – Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
Rogério Munhoz – Primeiro gay se assumir na TV Brasileira e divulgador do movimento ursos (bears) no Brasil.
Sérgio Abreu – Ator, viveu um personagem gay na Novela Paraíso Tropical da Rede Globo.
Silvetty Montilla – Drag Queen.
Vange Leonel – Cantora.
Direção Geral: Ademir Francisco e Ricardo Nóbrega – @rick.nobrega
Duração: 33 minutos