Vilarinho explica funcionamento da ABAVIN e relata fila de espera

 Vilarinho explica funcionamento da ABAVIN e relata fila de espera

Maria Augusta Lopes Vilarinho é fundadora da ABAVIN e dirige a entidade há 27 anos.

“Tudo começou quando fui procurada por um deficiente intelectual, onde ele me pediu para eu fundar um clube para as pessoas serem felizes.” A narrativa é da professora Maria Augusta Lopes Vilarinho que afirmou que logo em seguida estaria fundando a ABAVIN (Associação Barretense Vida Nova) que está funcionando há 27 anos e nesta entrevista ela conta a história da entidade. Ela participou do programa “Café com prosa” na Rádio Jornal.

Na ABAVIN os assistidos  se reúnem, conversam, se alimentam. De acordo com a fundadora, existem diversos projetos com verbas municipais, federais e aquelas com o apoio da comunidade. Vilarinho conta que inicialmente foi criada a Unidade 1 que atualmente está localizada na Rua 20, nº 1140 na área central de Barretos. “Eles tem transporte, café da manhã, almoço, participam do EJA (Educação de Jovens e Adultos), tem também uma banda para deficientes visuais, que são pessoas incríveis. Lá nós atendemos apenas pessoas com deficiências físicas, visuais, auditivas e intelectuais. No período da tarde a gente atende apenas pessoas com deficiência intelectual, pois elas não se misturam com o projeto de jovens e adultos, pois são realidades diferentes.” – explica.

Já na Unidade 2 denominada “Redescobrindo o aprender”, localizada na Rua 30, são atendidas 150 crianças com déficits de aprendizagem com acompanhamento de neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo, teólogo e acompanhamento especializado. “Depois da sua evolução e melhora, ela deixa o projeto.” – resume Vilarinho.

Questionada pelo apresentador Raphael Dutra o motivo que decidiu abrir a Unidade 2, Vilarinho explica que há 15 anos as crianças cegas que tinham 8 anos de idade não conseguiam estudar, porque a rede municipal de ensino não oferecia vagas, então os pais começaram a procurar a ABAVIN. “O pontapé inicial aconteceu quando o ex-prefeito Guilherme Ávila, que é fisioterapeuta, começou a receber uma demanda grande de crianças com esse tipo de problema de aprendizado, e ele sempre nos encaminhava para a ABAVIN e nós sempre acolhemos essas crianças com problemas de aprendizagem.” – esclarece.

O tempo foi passando e a entidade já reunia pelo menos 20 crianças deficientes visuais. “A gente não podia juntar as crianças com os adultos porque são comportamentos completamente diferentes. Aí tivemos a audácia de criar mais um espaço, e na época o meu marido era vivo, e ele me perguntou se eu iria dar conta desta responsabilidade de abrir mais um espaço e eu o respondi, ‘eu não, nós juntos’.” – reflete.

Vilarinho conta que inaugurou primeiramente a unidade no bairro Primavera e atendia pelo menos 100 crianças. “Veio a pandemia e tivemos que parar os atendimentos. Depois de um longo período, os atendimentos retornaram e atualmente nós atendemos 150 crianças e tem uma fila de espera que são mais de 200 crianças.” – explica. A fundadora da ABAVIN procurou a Prefeitura solicitando o aumento da verba para ampliar os atendimentos e diminuir a fila, porém ainda aguarda resposta da prefeita Paula Lemos.

O que diz a secretaria
A Secretaria Municipal de Educação disse em nota que trabalha em parceria com a ABAVIN e as ampliações do projeto “Redescobrindo o aprender” estão em estudo de disponibilidade financeira.

“A Secretaria de Municipal de Educação destaca que desde o início da gestão trabalha no sentido de qualificar esse atendimento, tendo inclusive disponibilizado a custear o aluguel de uma nova sede, com espaço e salas adequadas aos atendimentos realizados pela equipe multidisciplinar, além de priorizar o acesso próximo ao terminal de integração, facilitando o acesso ao projeto pelas famílias dos alunos atendidos, além de manter em dia os repasses das verbas, considerado um ponto positivo ressaltado pelos funcionários em reunião com a coordenação de educação inclusiva da secretaria, que faz a gerência e interlocução entre a entidade, escolas e secretaria.” – diz a nota.

Ainda de acordo com a nota, “Quanto à fila de espera de novos alunos é importante destacar que a triagem é feita pelo setor de inclusão da Secretaria Municipal  de Educação  que no início deste ano conseguiu minimizar a fila de espera.”

Igor Sorente

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