Livros de Walcyr Carrasco estimulam crianças a se livrar de preconceitos

 Livros de Walcyr Carrasco estimulam crianças a se livrar de preconceitos

Viver em sociedade não é tão fácil quanto parece. Num país tão diverso quanto o Brasil, conviver com o diferente torna-se um desafio ainda maior. Esta realidade acaba se refletindo no universo infantil, onde as crianças muitas vezes desenvolvem preconceitos que podem acabar carregando para a vida inteira. Por conta disso, o dramaturgo e escritor Walcyr Carrasco traz em suas obras, publicadas pela Editora Moderna, uma abordagem lúdica e metafórica sobre como lidar com tantas diferenças.

No lançamento Laís, a Fofinha, Walcyr aborda o drama da personagem-título, que passa a sofrer bullying na nova escola por ser gordinha. Desanimada com a vida, Laís inventa dietas malucas que colocam sua saúde em risco e se torna uma criança triste, até que vê a oportunidade de superação. O livro traz uma importante lição sobre aceitação própria e como questões estéticas se revelam tão sem importância no decorrer da vida.

“Escrevi este livro baseado em muitas meninas que conheci. É horrível quando alguém houve piadas por causa de sua aparência. Mas quem atormenta o colega, dizendo que é só brincadeira, também acaba perdendo. Perde, no mínimo, a chance de fazer um amigo.” – diz Walcyr.

Assim como a discriminação por questões estéticas, também existe um grande preconceito em relação a deficiências físicas. Este é um tema, por exemplo, que o autor aborda em outra de suas obras: A Ararinha do Bico Torto conta a história de Nina, uma pequena arara que nasceu com o biquinho torto, impedindo-a de se alimentar. Isso fez com que ela fosse rejeitada pela família. A sorte de Nina foi ser encontrada pelo garoto Mário, que se tornou seu amigo e a alimentou. Depois de grande, a deficiência de Nina se tornou chamariz para amizades com outros pássaros.

A temática animal também aparece em Pituxa, a Vira-Lata, outra obra do escritor. O livro conta a história da menina Alice, uma garota rica e cercada de luxo que adorava seus dois pastores-alemães. Sempre que saía com sua mãe, Alice se incomodava com a presença de um catador de papelão próximo a uma banca, sempre acompanhado de sua cadela vira-lata Pituxa. Um dia, o pobre catador adoeceu e Pituxa ficou sozinha. Triste e sem comer, Pituxa foi adotada pela mãe de Alice, para desespero da menina e dos dois cães de guarda. Uma reviravolta do destino, porém, fez com que Pituxa ganhasse uma importância tremenda na vida de todos.

“No meu dia a dia, vejo que as pessoas dão muita importância à posição social. Às vezes, alguém se exibe porque tem uma roupa mais cara que a do outro, mora em uma casa maior, enfim, vive com mais luxo. Queria dizer, com este texto, que diferenças não importam. Somos todos iguais”, fala o autor.

Os três títulos mencionados contam com ilustração de Ana Matsusaki e fazem parte da série Todos Juntos, que conta também com o título Meus dois pais


Sobre o autor

Dramaturgo e roteirista de televisão, Walcyr Carrasco nasceu em Bernardino de Campos (SP), e foi criado em Marília. Formou-se em Jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes de São Paulo. Por muitos anos trabalhou como jornalista nos maiores veículos de comunicação do país, ao mesmo tempo que iniciava sua carreira de escrito na revista Recreio. Desde então, escreveu diversas novelas, peças de teatro e publicou mais de 30 livros infanto-juvenis, tendo recebido por suas obras muitos prêmios ao longo de sua carreira. É cronista de revistas semanais e membro da Academia Paulista de Letras, onde recebeu o título de Imortal.

Redação

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