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Pesquisa mostra Lula atrás de Bolsonaro, Michelle e Tarcísio em cenários de segundo turno

 Pesquisa mostra Lula atrás de Bolsonaro, Michelle e Tarcísio em cenários de segundo turno

Uma nova pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira (22), indica um cenário desafiador para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em eventuais disputas de segundo turno nas eleições presidenciais. O levantamento mostra que Lula seria superado por três nomes da direita: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A pesquisa entrevistou 2.020 eleitores em 160 municípios brasileiros entre os dias 16 e 19 de abril. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Cenários de segundo turno

No primeiro cenário, Lula aparece atrás de Jair Bolsonaro:

  • Jair Bolsonaro (PL) – 46%
  • Lula (PT) – 40,4%
  • Não sabe/não opinou – 4,6%
  • Nenhum/branco/nulo – 9%

No segundo cenário, Michelle Bolsonaro venceria o atual presidente:

  • Michelle Bolsonaro (PL) – 45%
  • Lula (PT) – 41%
  • Não sabe/não opinou – 4,8%
  • Nenhum/branco/nulo – 9,2%

Já no terceiro cenário, Tarcísio de Freitas também derrotaria Lula:

  • Tarcísio de Freitas (Republicanos) – 43,4%
  • Lula (PT) – 40,5%
  • Não sabe/não opinou – 5,5%
  • Nenhum/branco/nulo – 10,5%

Cenário de primeiro turno

Na simulação de primeiro turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro aparece na liderança com 38,5% das intenções de voto, seguido por Lula, com 33,3%:

  • Jair Bolsonaro (PL) – 38,5%
  • Lula (PT) – 33,3%
  • Ciro Gomes (PDT) – 9,7%
  • Ronaldo Caiado (União-GO) – 3,5%
  • Eduardo Leite (PSDB) – 2,9%
  • Helder Barbalho (MDB) – 1%
  • Não sabe/não opinou – 4,2%
  • Nenhum/branco/nulo – 7%

Em comparação com a pesquisa anterior, de fevereiro, Bolsonaro subiu de 36% para 38,5%, enquanto Lula oscilou de 33,8% para 33,3%, mantendo-se dentro da margem de erro e tecnicamente empatados.

No cenário que inclui Michelle Bolsonaro, ela e Lula aparecem praticamente empatados:

  • Lula (PT) – 33,7%
  • Michelle Bolsonaro (PL) – 31,7%
  • Ciro Gomes (PDT) – 11,8%
  • Ronaldo Caiado (União-GO) – 6%
  • Eduardo Leite (PSDB) – 3,8%
  • Helder Barbalho (MDB) – 0,9%
  • Não sabe/não opinou – 4,7%
  • Nenhum/branco/nulo – 7,3%

Na pesquisa de fevereiro, Lula tinha 34,1%, e Michelle, 27,2%.

Análise: fatores que pesam contra Lula

A queda de popularidade de Lula pode ser atribuída a uma série de fatores acumulados ao longo do mandato. Entre os principais pontos de desgaste, destacam-se:

1. Aumento no preço dos alimentos:
Produtos essenciais como café, arroz, feijão e carne têm registrado alta constante, afetando diretamente o poder de compra das famílias brasileiras.

2. Crise de comunicação:
Declarações polêmicas do presidente frequentemente viralizam nas redes sociais com repercussão negativa. A falta de uma estratégia eficiente de comunicação tem comprometido a imagem do governo.

3. Alta do dólar e instabilidade econômica:
A moeda americana chegou a R$ 6,20 em dezembro de 2024. Apesar de ter recuado para cerca de R$ 5,70, a instabilidade cambial gera incerteza entre consumidores e investidores.

4. Falta de identidade clara no terceiro mandato:
Ao contrário dos governos anteriores, o atual mandato de Lula ainda não consolidou uma marca forte.

5. Polêmica do Pix:
A tentativa de monitorar transações via Pix gerou ampla rejeição e alimentou desinformação sobre uma possível taxação do serviço, o que ampliou o desgaste popular.

Em seu discurso de posse, Lula foi ovacionado ao prometer um Brasil com mais justiça social, empregos dignos, salários reajustados acima da inflação, e acesso universal à saúde, educação e moradia. A esperança renasceu com promessas de transformação e mudança significativa. No entanto, passados dois anos, muitos brasileiros já enxergam essas promessas como parte de uma retórica bem construída para vencer a eleição — e não necessariamente como compromissos reais de governo.

Enquanto isso, a direita começa a se reestruturar com maior consistência e variedade de nomes para disputar a próxima eleição. Com a possível saída de cena de Jair Bolsonaro, surgem alternativas como Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, Ratinho Junior, Romeu Zema e Ronaldo Caiado. Ainda não se sabe quem despontará como o principal nome do grupo, mas o cenário aponta para uma disputa acirrada — e possivelmente surpreendente — em 2026.

Ronaldo Dutra

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