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Telemedicina: a democracia na saúde dos brasileiros
A telemedicina já é uma realidade e desempenha papel essencial na evolução e melhoria dos serviços de saúde prestados à população. No Brasil, a incorporação da modalidade representa um progresso notável, enfrentando obstáculos geográficos, maximizando recursos e oferecendo cuidados mais eficazes, democráticos e acessíveis.
Ao eliminar barreiras físicas por meio de consultas online, a telemedicina facilitou o acesso a tratamentos médicos em locais remotos e regiões desprovidas de infraestrutura adequada. Essa evolução não apenas reduziu as desigualdades na saúde, mas também promoveu uma alocação mais justa dos recursos disponíveis.
A adoção da telemedicina vai além da superação espacial, abrangendo a prestação de cuidados médicos remotos, o acompanhamento de pacientes à distância, consultas por meios digitais e a integração das tecnologias de informação e comunicação no manejo clínico. Essa estratégia não apenas amplia a disponibilidade de serviços de saúde, mas também impulsiona a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento assertivo.
Gestão
Gerenciar equipe médica de diferentes especialidades é um desafio complexo, mas crucial para garantir um atendimento eficiente. A teleconsulta lida com pacientes provenientes de várias fontes, como cartões de saúde, operadoras de saúde e do setor público. Cada grupo pode ter necessidades específicas, expectativas diferentes e processos de atendimento distintos.
Criar protocolos específicos para cada jornada é fundamental para atender a essas diferentes demandas e garantir que todos os pacientes recebam cuidados adequados.
Dessa forma, é importante coordenar agendas, escalas de plantão e especialidades para evitar sobrecarga ou ociosidade. A telemedicina pode ajudar nesse aspecto, permitindo consultas remotas e um melhor gerenciamento da agenda dos profissionais.
O modelo de atendimento remoto pode resolver mais de 80% da demanda de saúde no Brasil, assegurando um fluxo saudável e sustentável da medicina presencial. Cabe ressaltar que, com a telemedicina, ganhamos inúmeros médicos especialistas disponíveis para o primeiro atendimento dos pacientes via teleconsulta.
As demandas trazidas a locais de pronto-atendimento são urgências relativas, e que poderiam ser bem solucionadas, via telemedicina, sem sobrecarregar os hospitais. Isso evitaria a superlotação tão comum no dia a dia dos hospitais públicos e privados.
É relevante contabilizar que uma parcela considerável dos brasileiros se desloca numa distância de 50 a 100 quilômetros em busca de atendimento especializado. Essa demanda logística, no transporte de pacientes, traz grandes custos para prefeituras e governos estaduais de todo o País. E é por isso que a telemedicina ajuda a democratizar o acesso aos serviços e produtos de saúde na rotina assistencial, direcionando o paciente para o atendimento presencial quando realmente é necessário.
Um exemplo claro deste cenário são os pacientes oncológicos em remissão, que muitas vezes precisam se deslocar vários quilômetros até os centros especializados para que o médico possa ver os resultados de seus exames e direcionar novos pedidos. Essa demanda poderia ser facilmente solucionada via teleconsulta, deixando o deslocamento única, e exclusivamente, para realização de exames.
Investimento
Primeiramente, os sistemas de telessaúde ajudam a baratear os custos de redes públicas e privadas, ajudando também ao Poder Público investir em uma ampla infraestrutura hospitalar, ambulatório móvel e laboratório, entre outros formatos de atendimento. A otimização aprimora a alocação eficiente de recursos, como médicos, enfermeiros, equipamentos e instalações.
Apesar dos desafios tecnológicos, a implementação da telemedicina compensa a necessidade de deslocamento dos pacientes e otimização de tempo nas filas de espera. E assim transforma-se a maneira como cuidamos da saúde, tornando-a mais acessível, eficiente e abrangente.
Ao considerarmos o presente e o futuro desse novo universo de atendimentos, é crucial observar e monitorar como a telemedicina se distribui de forma democrática à medida que alcança um público mais amplo.
Embora os processos tecnológicos estejam avançados, outro aspecto que merece aprofundamento é a especialização dos médicos em telemedicina. Afinal, está se formando um mercado específico para absorver as múltiplas demandas desse modelo de atendimento.
Luciana Gurevich
Formada em Medicina pela Universidade Pontifícia Católica de São Paulo (PUC-SP), com pós-graduação em Dermatologia e Medicina Estética. Trabalha com telemedicina há 4 anos e atua como Responsável Técnica na Doutor ao Vivo, auxiliando na gestão, administração e estruturação da operação médica.