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Racionais MC’s e a ferida aberta do Brasil: o poder atemporal de ‘Capítulo 4, Versículo 3’

 Racionais MC’s e a ferida aberta do Brasil: o poder atemporal de ‘Capítulo 4, Versículo 3’

“Capítulo 4, Versículo 3”, dos Racionais MC’s, é mais do que uma música — é um documento histórico e social. Leitura obrigatória na Unicamp, a obra transcende o rap e se consolida como um retrato cru e poético da periferia brasileira. O grupo, liderado por Mano Brown, constrói uma narrativa que mistura denúncia, reflexão e resistência, mostrando a realidade de quem vive à margem e sofre as consequências diretas da desigualdade e da violência estrutural.

Em um momento em que o país volta seus olhos às favelas após as recentes e desastrosas operações policiais no Rio de Janeiro, a mensagem da música permanece atual. A suposta “guerra ao crime” continua sendo, muitas vezes, uma guerra contra o pobre e o preto. As operações não resultam em prisões significativas, nem na apreensão de armas — muitas delas, ironicamente, circulam a partir do próprio sistema que deveria combatê-las.

A violência policial no Brasil é uma ferida antiga, aberta desde o golpe militar, e ainda hoje sangra. Apesar das evidências, a sociedade brasileira continua dividida entre o medo e a conivência, aplaudindo a truculência e esquecendo que vivemos sob a polícia mais letal do mundo.

“Capítulo 4, Versículo 3” é, portanto, um espelho — um reflexo doloroso de um país que insiste em não se olhar de frente. É arte, mas também é denúncia, e segue mais necessária do que nunca.

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A letra de ‘Capítulo 4 Versículo 3’ apresentava dados sobre violência e educação da população negra

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