“Tropa de Elite” ainda dói porque o Brasil continua o mesmo
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“Tropa de Elite” é um retrato brutal e incômodo da falência do sistema policial brasileiro. Dirigido por José Padilha, o filme não apenas expõe a corrupção e a violência dentro da corporação, mas também revela como o próprio Estado transforma seus agentes em peças descartáveis de uma engrenagem doentia. A polícia, apresentada como linha de frente de um sistema desigual, é mostrada como carne moída a serviço do poder burguês — homens que entram na corporação buscando proteger a sociedade e acabam engolidos pela miséria, pela pressão e pelo medo.
A trajetória do Capitão Nascimento (vivido magistralmente por Wagner Moura) sintetiza essa degradação. Inicialmente símbolo de força e disciplina, ele se torna o reflexo de uma instituição adoecida, onde a violência é a única linguagem possível. Seu discurso final é o ápice da revolta — não apenas contra o crime, mas contra a hipocrisia de um país que finge combater o mal enquanto alimenta suas próprias estruturas de injustiça.
Em tempos recentes, com operações policiais no Rio de Janeiro resultando em dezenas de mortos e feridos — muitos deles recrutas com menos de um mês de treinamento — o filme continua dolorosamente atual. “Tropa de Elite” é mais que um filme de ação: é uma denúncia, um espelho da barbárie institucionalizada e um lembrete de que, no Brasil, o herói e o algoz muitas vezes usam o mesmo uniforme.
Ficha Técnica
Título original: Tropa de Elite
Ano de lançamento: 2007
País: Brasil
Gênero: Drama / Ação / Policial
Duração: 1h55min
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: José Padilha
Roteiro: Bráulio Mantovani, José Padilha e Rodrigo Pimentel
Produção: José Padilha e Marcos Prado
Fotografia: Lula Carvalho
Montagem: Daniel Rezende
Trilha sonora: Pedro Bromfman
Distribuição: Zazen Produções / Universal Pictures
Onde assistir:
Globoplay
Amazon Prime Video
Apple TV (iTunes)
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