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Guerra de gangues está controlada e monitorada pela polícia
Formado em Direito em 1991 pela Unesp de Franca, Dr. Haroldo Chaud assumiu a Delegacia Seccional de Barretos em 1º de outubro após completar três décadas na Polícia Civil. Durante entrevista no programa “Café com prosa” com Raphael Dutra na Rádio Jornal nesta segunda-feira (5), o delegado falou do trabalho realizado e seus objetivos enquanto administrador.
Relatou que há uma defasagem de pelo menos 14 mil homens na Polícia Civil. Disse que a tecnologia facilitou bastante a vida do cidadão, mas a presença humana é imprescindível. “Uma pessoa quando procura a delegacia é porque foi vítima de algum crime e se não for bem tratada será vitimada pela segunda vez. Além de dar o preparo técnico, a gente humaniza. O cobertor é curto, mas a gente vai cobrindo.” Mesmo com equipe reduzida, os crimes mais graves tem sido solucionados em Barretos. “Há uma boa harmonia entre os policiais e todos se juntam e resolvem em tempo recorde. Me deparei com uma equipe muito bem preparada.” – disse.
Quando questionado sobre uma guerra entre gangues que estão localizadas no brejo do Zequinha Amendola e no Santana, Chaud afirmou que a situação está controlada e monitorada. “Se não fizéssemos isso, certamente teríamos problemas graves. A polícia vai na parte repressiva, mas o correto seria outras forças da sociedade estarem atuando conosco para desmontar esse problema que vem de origem socioeconômica e cultural.” Explicou que alguns estudos em casos similares dão conta de que os jovens vão para esse confronto por falta de opção no bairro, porque não tem esporte e lazer, por exemplo e acabam entrando pelo caminho torto. “Quando entra a Prefeitura e analisa os fatores, promove a integração. A solução é multidisciplinar.” – afirma.
Recentemente o lutador de jiu-jitsu, Leandro Lo foi assassinado dentro de um clube durante uma festa na cidade de São Paulo. Perguntado se o policial pode andar armado, o delegado preferiu explicar sob a ótica da Polícia Civil. Destacou que o policial civil é obrigado a andar armado, pois está 24 horas de sobreaviso, inclusive deve portar o revólver, a funcional e algema. “Só que é preciso ter a consciência do porte e usar com responsabilidade. O policial deve estar preparado para usar a arma e não agir de forma emocional. Tem que ter sangue frio.” – relata.
Diante de discursos políticos retrógrados, o Brasil tem vivenciado o aumento de crimes de ódio relacionados a homofobia e racismo. Quando perguntado se as delegacias de Barretos estão preparadas para registrar esse tipo de crime, Haroldo disse que os policiais fazem bastante cursos de aperfeiçoamento. Mas considera que é um assunto delicado e citou um exemplo: “O xingamento é uma injúria racial. Mas se proibir uma pessoa de entrar no elevador por conta da cor da pele já é racismo.” – finaliza.