“Estação Carandiru”: o retrato cru de um Brasil que prefere não olhar

“Estação Carandiru”, de Drauzio Varella, é uma obra crua, nua e visceral — um retrato fiel de uma das páginas mais sombrias da história brasileira. Baseado em fatos reais, o livro mergulha no cotidiano da Casa de Detenção de São Paulo, o temido Carandiru, palco do massacre de 1992, onde 111 detentos foram mortos após uma intervenção policial.

O autor, que trabalhou como médico voluntário no presídio, apresenta um olhar profundamente humano sobre a vida dos mais de dois mil presos, muitos deles ainda sem condenação. Longe de sensacionalismos, Varella descreve o sistema prisional como um microcosmo da sociedade — um ambiente de violência, miséria e resistência, mas também de solidariedade e sobrevivência.

O massacre do Carandiru marcou o país e escancarou a falência do sistema penal brasileiro. Foi nesse cenário de injustiça e brutalidade que surgiram as raízes de organizações criminosas como o Comando Vermelho (CV) e, posteriormente, o Primeiro Comando da Capital (PCC), que moldaram o crime organizado no Brasil moderno.

Mais do que um relato sobre o presídio, “Estação Carandiru” é uma denúncia social poderosa, escrita com empatia e coragem. É um livro que obriga o leitor a encarar o que o país insiste em esconder — a humanidade por trás das grades e o custo real da exclusão.

Ficha Técnica

Autor: Drauzio Varella
Editora: Companhia das Letras
Ano de lançamento: 1999
Número de páginas: 368 páginas
Formato: livro físico brochura
Idioma: Português (Brasil)
Prêmios/Reconhecimento: ganhou o Prêmio Jabuti de Livro do Ano – não ficção, em 2000.

Onde comprar:

Livro físico (padrão): Magazine Luiza R$ 69,40